O escritório de Damian exalava poder, o cheiro de couro envelhecido das poltronas misturando-se ao aroma amadeirado da mesa de mogno polida. As paredes de vidro refletiam a cidade noturna, um mosaico de luzes piscando como estrelas caídas, enquanto a chuva tamborilava contra as janelas, cada gota um eco do meu pulso acelerado.
Sentada na beira da mesa, eu traçava runas invisíveis com as unhas, o zumbido da magia antiga vibrando em meus ossos.
Meu feitiço, um véu sutil para dobrar a vontade de Damian, estava pronto, mas fraco. Culpa da proximidade dele com Ayla Revely. Minha vingança contra ela, filha do Rei Alfa que me usou para ascender e tentou me apagar, estava em risco. Como bruxa, eu, Morgana, moldava destinos, e minha aliança secreta com Magnus garantiria que Ayla pagasse pelos pecados de seu pai. Damian, meu peão enfeitiçado na noite do golpe, não sabia quem eu era, e eu pretendia mantê-lo assim.
— Trabalhando até tarde, querido? — disse, a voz melosa enquanto girava nos salt