A clareira estava mergulhada em escuridão, o silêncio cortado apenas por uivos esparsos e o crepitar das fogueiras que agonizavam no acampamento, o cheiro de cinzas misturando-se ao perfume incômodo de ervas que denunciava a presença de Morgana.
Minha loba rugia, o corpo castanho marcado por arranhões, as patas trêmulas sobre o solo encharcado de sangue, o coração disparado enquanto eu encarava Damian, de joelhos, sua forma Lycan tremendo sob o peso da névoa escura que o envolvia como uma mortalha. O luar, pálido e frio, refletia em poças de água lamacenta, iluminando as árvores retorcidas que pareciam fechar-se ao nosso redor, como sentinelas de um pesadelo.
O ar gelado cortava minha pelagem, intensificando a dor dos ferimentos, e minha loba uivava, o laço predestinado pulsando com desespero enquanto eu tentava alcançar Damian, os olhos dele brilhando em um vermelho sinistro, dominados pelo feitiço de Morgana.
Damian se levantou lentamente, o rugido baixo reverberando em seu peito,