O crepitar da lareira na cabana lançava sombras dançantes nas paredes de madeira rachada, o cheiro de lenha queimada misturando-se ao odor de musgo úmido que entrava pela janela quebrada, onde o vento frio uivava como um lobo distante. Minha loba rugia, inquieta, enquanto eu estava sentada no sofá velho, o tecido áspero pinicando através do meu casaco, as mãos apertadas no colo, tremendo com o peso do que descobri.
Damian estava ao meu lado, a jaqueta de couro rasgada exalando um aroma de floresta e sangue seco, os olhos âmbar fixos no fogo, mas atentos a mim, o laço predestinado pulsando como uma corrente viva entre nós. Minha mente girava, o coração disparado, enquanto tentava encontrar as palavras para contar a ele o que um antigo aliado do meu pai havia revelado horas antes, na clareira da floresta de cinzas.
Minha loba uivava, dividida entre a dor de saber que meus pais, que eu via como heróis justos, eram algo muito mais sombrio, e o medo de como Damian reagiria. O frio da cab