Minha mente estava turva, como se uma névoa densa tivesse se instalado nos recantos do meu lobo, o rugido primal dentro de mim abafado por algo que não era meu. O salão da fortaleza de pedra era frio, o chão de mármore polido refletindo a luz pálida das tochas que tremulavam nas paredes, o cheiro de cera queimada misturando-se ao odor metálico do meu sangue seco, ainda preso na camiseta preta que vestia. Meus olhos varriam o ambiente, o peso da coroa invisível do rei alfa usurpador pressionando meus ombros largos, os cabelos caindo sobre a testa, enquanto meu lobo uivava, lutando contra a corrente que parecia amarrar minha vontade.
Morgana estava à minha frente, o vestido negro esvoaçante, os cabelos negros brilhando como ébano, os olhos púrpuras brilhando com um poder que fazia o ar vibrar. Meu lobo rugia, sentindo a manipulação dela, uma teia que envenenava meus pensamentos, e meu punho cerrado tremia, o couro das luvas rangendo, enquanto eu lutava para clarear minha mente.
— Até q