APRIL
A conexão com Gabriel está mais forte do que nunca. É como se uma corrente invisível me puxasse para ele, como se seu desespero estivesse me chamando. Vou até a pia, jogo água no rosto e encaro meu reflexo.
— Minha cara tá um desastre... — murmuro para mim mesma.
Nesse momento, a porta do banheiro se abre, e Antonella entra com sua inseparável bolsinha de maquiagem. Ela sorri ao me ver.
— Mais calma, irmã?
Respiro fundo e dou de ombros.
— Um pouco.
Antes que eu possa reagir, ela me puxa para um abraço apertado, aquele tipo de abraço que faz tudo parecer um pouco menos pesado.
— Eu sei como é difícil ser mulher... Ainda mais na sua idade e cercada por "homens das cavernas". Mas, não se esqueça, eu sempre vou estar aqui pra você, irmãzinha.
Meu peito se aquece com as palavras dela.
— Obrigada, Nella.
Ela aperta meus ombros e sorri.
— Agora, vamos dar um jeito nessa cara de derrota e te deixar linda pro meu cunhado.
Reviro os olhos.
— Valeu, Antonella. Sempre bom ter minha autoesti