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CAPÍTULO I.



#Uivo.


“E vendi minha alma por amor...”.



Allen Ginsberg.





                    O mar.









N


essa manhã tranquila e chuvosa tive uma revelação.


Uma epifania, um pedido do meu coração. Um prófugo, um prefácio, uma ideia, um início. Pela minha máquina de escrever e poesia. Pelas mulheres que amei, pelos animais, pelo questionamento do universo, pela estrada da vida. Pela minha família e amigos. Lá estava eu um jovem escritor buscando sua estrada. Quase afogando no mar das próprias palavras, no mar duvidoso de ideias confusas e loucas. No mar de incertezas e inconsistências. Nadando no mar literal da vida e da palavra. Havia acabado de chover forte, mas por alguma razão linda ainda foi à praia e ali ficou. Parou, sentou-se, observou o nascer do dia e mergulhou. Acordou, ressuscitou, purificou, renasceu, explodiu e iluminou. Ouviu anjos tocando violão e finalmente veio tal ideia novamente de se lançar no mundo e escreveu e criou. Pelas coisas simples, nadou e nadou até que se cansou. Saiu do mar e caminhou sem parar, até as pedras e lá repousou, depois o horizonte avistou, meditou, lutou com os ventos que o guiaram para intermináveis pensamentos nessa incessante jornada sonhadora que travou em sua mente e alma caminhando constantemente nessa luta diária. Jamais pensou que seria da forma que seria. Apenas que seria poesia. Sangrenta, romântica e intensa. Verdadeiramente louca e vivente. Pelos olhos do mundo, atravessando com seus punhos cheios de palavras as ondas e todas as marés do mundo... Ajoelhou-se, agradeceu aos guias... Sabedoria cósmica e em transe metafisicamente poético transcendeu e tornou se o lobo, da poesia uivante. Viu sua máquina de escrever em conexão espiritual com o pássaro na garrafa abrindo os mares com o amor e constelação da esperança que o salvara. Correu pela praia. Uivou para a lua quando escalou as pedras, pois de lá avistou o sorriso dela na lua. Inalcançável, tragicamente bela essa maldição. Platônica desse lobo amador do amor. Tornou-se homem novamente, desceu as escadarias do mar de sua mente. Vislumbrou na imaginação, avistou a cidade ao longe, seus bares sórdidos sem pureza. Sem crença e de manchadas belezas errôneas, como ele, exceto ali, no centro do teu universo, esse com o qual se torna sua estrada fria, sua rodovia da noite, de seu maior “Eu” animal, primitivo, solitário.






Homo sapiens lutador do amor. Filosofou, renasceu, se levantou e retornou. Caminhou até o seu lar de pureza e salvação, para casa adormeceu... Descansou, assim foi o “(re)” início... Iniciou a “(des)” regrada aventura.



Dessa saga de uma poesia uivante, dessa intensidade. Dessa eternidade, dessa jornada única, palavras não faltarão.


O sentimento brilhou novamente a chama da esperança renasceu e queimou por todas as estrelas até o amanhecer do mar.




  • O olhar do lobo:



(Do livro: “O Lobo da Estepe” de Herman Hesse.).


O olhar do lobo da estepe penetrava todo o nosso tempo, toda a afetação, toda a ambição, toda a vaidade, todo o jogo superficial de uma espiritualidade fabricada e frívola. Ah! Lamentavelmente o olhar ia mais fundo ainda, ia além das simples imperfeições e desesperanças de nosso tempo, de nossa espiritualidade, de nossa cultura. Chegava ao coração de toda a humanidade; expressava, num único segundo toda a dúvida de um pensador, talvez a de um conhecedor da dignidade e, sobretudo do sentido da vida humana. Esse olhar dizia: Veja os macacos que somos! Veja o que é o Homem e toda a celebridade, toda a inteligência, toda a conquista do espírito, todo o afã para alcançar a sublimidade, a grandeza e o duradouro do humano se esboroava de repente e não passava de frívolas momices. 



        Amor uivante.




Sentir medo de amar é a morte da imortalidade.


A minha ruptura rasga minha alma e o meu coração enxerga o penhasco do amor aquele conhecido que sempre se joga para voar distorcidamente e inocentemente, quando fecho os olhos e enxergo além tudo que vivi tudo àquilo pôr o que batalhei, senti, sacrificou, criei, sangrei, chorei, levantei, desisti, não desisti me arrependi. Do que fiz, do que não fiz. Errei, acertei, congelei. Do que não fiz da parte boa da aventura, dessa perigosa e desconhecida jornada ao tudo e ao nada.


Até agora, a alegria o valor de viver. Faz-me questionar e me faz crer no amor e não ser que meu ser será acostumado ao eterno calor do amor e ao frio e a ventania, dessa uivante poesia. Que só você me faz crescer e conhecer diante dos desafios e da beleza e não deixa eu me perder, mas se amanhã eu perder você de vista, eu vou me perder na certeza, pois é minha natureza de artista.




  • “#Iluminuras - Rimbaud.”



Nos confins da floresta — Flores de sonho tilintam, explodem, resplendem, no dilúvio branco que brota dos prados, sua nudez em sombra, de viés, vestida de arco-íris, mar e flora.


Eu sou o santo, rezando no terraço, — como os animais pacíficos pastando junto ao mar da Palestina. Eu sou o sábio na poltrona sombria. Os galhos e a chuva se jogam contra a vidraça da biblioteca. Eu sou o andarilho da grande estrada entre os bosques anões.  O rumor das represas cobre meus passos.


Demoro-me vendo a triste fuligem dourada do pôr-do-sol.




        Vagabundo iluminado.




  • Escrevi ouvindo:



“Cinderella – Heart break Station”



Á noite quando a cidade dormia ouvia-se de longe o trem chegando, o trilho, a fumaça, a viagem quase no fim, as pessoas tão agitadas, ele preparava sua pequena trouxa de roupa para entrar clandestinamente no vagão. Era assim...


Ele escrevia, vivia e espalhava sua poesia e sua boemia solitária e vagante naquela estação fria, questionando as palavras, desejando que sua voz fosse à fonte. Um novo trem aparece ao horizonte soando alto, como seu coração viajante.


O amor sentido, orgulho esquecido, responsabilidade vencida, ele acredita que existe e possuí uma mensagem de vida e de paixão para se passar adiante.




A vida inteira fora escritor, escrito.


Nascera poeta e morrera assim, renascera enfim dessa natureza, dolorosamente, brilhantemente, injustamente. Humildemente desprendido, como viemos parar aqui?


Não existe falha nem negação, a história está lá, a máquina de escrever também continuará lá a poesia, e o futuro.


Para uma posterioridade menos mundana ricamente mais humana mais eternidade. Desabroche, voa, evolua, verdadeiramente para a personificação de um sonho, a realização a identidade.


A vida está errada? Ou ela é o que é? Levada, lavada fé? Respirando literatura pelo jardim retornando aos livros e as cartas de amor, cegamente, tentadoramente querendo ligar para o amor à meia noite enquanto chove e está só em seu vagão escuro escrevendo. Papel manchado de existência. Infinitas palavras brotam e o sentimento queima. Lembra-se quando costumava sorrir facilmente? Ir onde era indecifrável e decifrar esse lugar misterioso que possuía um céu perfeito, que a ti mesmo não acreditava, pois é e agora? Restou-me o fim da noite, e o som do jazz eternamente, nos bares da vida. Enquanto não passa o trem novamente.




        O nascer de um pássaro estelar.



Minha mãe se tornou uma onda-corrente de vida.


Ela encontrou seu poético paraíso quando eu viera a esse fatídico mundo perdido, eu cresci com sua poesia.


Isso vive em meu coração faço também da maneira dela de envolver esse mundo frenético,


A minha verdade também.



Para enxergar e sentir verdadeiramente, perceber a essência da fé nas flores, Esperança na luz do sol.


O céu como uma arte pintada dos anjos em amores, sorriso do criador nas estrelas.



Os bares perdidos, o néon de boemia fervescente.


Em contraste com o brilhar puro dos mares.


O mundo não foi suficiente para seu amor, nem mesmo para a sua poesia.


E como eu sei disso sem eu ter conhecido ela?


É por que eu sinto o mesmo...


Talvez ela precisasse de mais alma, mais um coração.


Mais outro mundo e mais uma poesia.


Para preencher sua vida e amor que também se tornou parte de mim e da minha.


Em sangue e eternidade.



                    Compaixão.



É tudo sobre compaixão, certo?


Sobre se encontrar, nessa vasta estrada.


Sobre encontrar um significado, respostas para si mesmo encontrar o seu lugar no mundo e está fluindo através mim.


 Entre minha mente, corpo e alma.


A verdade é a compaixão.



O vinho dos deuses, a praia dos anjos, o erro das estrelas é por isso que eles caem na terra, os monges e seus macacos meditam. Nas mais altas e frias montanhas, enquanto de alguma forma ouvem “Psychal Graffiti, in the light”



Transcendendo, buscando, a mesma bela coisa que eu procuro Iluminação, valor e paz. A liberdade que me faz olhar adiante o horizonte e continua se manifestando essa luz por todas às escuras e brilhantes manhãs por todas as frias e ferventes noites, noites de solidão profunda noites de boemia em chamas.


Esta congelante chama que continua escrevendo por si só escrevendo esse bagunçado sentimento de caos a luz é a pura essência da vida. Essa mensagem é tão profunda e tão difícil.


Esse bagunçado e perdido mundo precisa se encontrar novamente, quem me dera tivesse a força para quebrar livremente...



Todas essas malditas e sistemáticas regras viver bem e adiante com isso com tudo isso que simplesmente temos nos guardar um pouco de esperança. Para aqueles que pararam de acreditar, como eu penso ás vezes que parei e eu poderia dar tudo e mostrar essa ideologia, para aqueles que amo e me importo, mas infelizmente essa moderna era está tudo quase perdido, Pois é tudo sobre a cara tecnologia, o dinheiro, a ciência, a religião e isso me faz pensar, eu ainda estou aqui assim.




Escrevendo em minha máquina de escrever azul.


Usando apenas uma camiseta do “Pink Floyd, Dark Side of the Moon” Tentando processar isso tudo.



Após a linda e bêbada noite com essa filosofia.


Jazz & Rock n roll.




Noite após noite formando uma névoa, cegando-me a face com essa neblina de vida e beleza ouvindo esse frio, os ventos percebem que é tudo sobre isso.


Por nossa existência.


Não desperdice sua vida, jamais, jamais seja em vão.


Faça o que tem que ser feito, sonhe com o que tem de fazer. Faça e cumpra sua missão, pois é isso. É tudo sobre compaixão, certo?



             

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