noite difícil

CAPÍTULO 2

PENNY VITTI

 

 

Meus dedos atingiram com força a madeira da mesa, os pesadelos, vem e vão, confusos, bagunçados e tão reais ao mesmo tempo, quem sou eu? Porque estou correndo? Porque eu sinto que falta eu. Eu sinto que essa não sou eu. Estou manchada, manchada de rio de sangue.

Quem sou eu?

- O que vai fazer hoje?

Pergunta Lidy, eu desvio o olhar do quadro para ela.

- Trabalhar.

Eu respondo-a brevemente.

- Depois do trabalho.

Lidy prossegue.

- Agora não.

Eu resmungo de volta, termino de fazer todas as anotações detalhadas no meu caderno, quanto mais informação tiver, melhores chances para compreender toda a matéria e obter melhores resultados.

- O que dizia?

Eu pergunto pegando os meus cadernos e arrumo-os na minha pasta. Lidy, levanta do seu assento e acomoda-se em cima da minha mesa, seu vestido curto sobe para cima dando-me a visão da sua calcinha vermelha.

Porra.

- Reconhece que eu sou mulher e que os seus charmes sexuais não funcionam comigo?

Eu pergunto num tom sarcástico, ela abre um sorriso tímido disfarçando seu constrangimento.

- O que fará hoje à noite?

Lidy pergunta.

- Dormir.

Eu respondo brevemente.

- Vai rolar uma festa numa das casas do Royal, vamos?

Ela diz animada, carrego os meus cadernos indo em direção aos armários.

- Você aconselhou-me a ficar longe deles, porque iria a casa deles?

Eu pergunto balançando minha cabeça negativamente, ela precisa de um pouco de juízo.

- Bebida grátis.

Lidy diz fazendo bico.

Chantagem emocional, pelo amor de Deus, eu preciso parar de ler suas reações.

- Eu sinto muito, tenho muitos trabalhos escolar acumulados, fica para próxima.

Eu digo por fim, de jeito nenhum, eu iria à a uma dessas festas, se eu quiser permanecer no escuro, esse sacrifício valerá a pena.

- Faça isso amanhã, hoje é sexta-feira.

Lidy diz dando um grito agitado quando pronuncia a palavra sexta-feira, sim, mas, o meu objetivo é permanecer no escuro, sussurro para me mesma.

- Eu realmente sinto muito, nos vemos amanhã? Para tomar café, quem sabe.

Eu digo mudando de assunto.

- Na sua casa?

Lidy pergunta em dúvida

- Mando-te uma mensagem com o meu endereço, curta a festa.

Eu digo indo para o estacionamento, é imperdoável cometer os mesmos erros do passado. Estou ciente que a minha mudança é temporária, portanto devo ganhar mais tempo para elaborar um plano mais meticuloso.

A única solução é fingir-me de morta, para isso preciso de um corpo, tirar um dente e deixar alguns vestígios de sangue para que não tenham dúvidas disso, mais quem?

Preciso achar alguém perfeita para isso, um pouco de sangue não faz mal a ninguém.

Ou faz?

Porra, estou indecisa, acho que vou pagar para ver primeiro para certificar-me disso.

É apenas um pouco de sangue, ninguém sentirá falta.

Penny, Penny, Penny. Você não pode chamar atenção.

Mas, o que eu faço com a minha demência?

Acordo com o som do zumbido do meu telefone, esfrego meus olhos espreguiçadamente, quem seria a esta hora? Obtive a resposta da minha pergunta ao olhar no ecrã do meu telefone, Lidy, são duas horas da madrugada.

- Lidy?

Eu sussurro levantando-me da cama rapidamente, o soluço do outro lado da linha fez-me vestir apressadamente.

- Mande-me sua localização que eu vou buscar-te imediatamente.

Eu levo as chaves do carro e caminho para a saída do meu apartamento. Lidy liga seu GPS do seu telefone facilitando sua localização.

Por volta das 3H da madrugada estaciono o carro em frente a uma casa que fica no meio do nada, para chegar neste endereço tive que passar pela floresta escura, terra de lama e a porra da baixa temperatura.

Quem consegue viver neste lugar?

- Lidy?

Eu chamo-a.

- Lidy?

Eu chamo-a novamente.

- Graças a deus que veio.

Ela diz saindo do meio das árvores, meus Deus, sua aparência, seu corpo inteiro treme, cabelos bagunças, maquilhagem borrada, suja, ela está completamente suja, ao aproximar-me dela sinto cheiro de sangue.

Muita cena de filme aconteceu aqui.

- Por favor, tire-me daqui.

Ela resmunga em soluços, eu decido não fazer perguntas, ajudo-a a entrar no carro, desse modo voltamos para o meu apartamento.

- Tire suas roupas Lidy.

Eu digo, giro a torneira do chuveiro deixando escorrer água quente a todo vapor.

- Foi horrível.

Ela diz, seu corpo caí no chão e começa derramar muitas lágrimas, lentamente, acomodo-me no chão ao seu lado.

- Estava tudo bem, música, pessoas bebendo e transando sabe, eu conheci um cara, foi apenas necessária troca de olhares para ir no meio da floresta e transar, eu estava muito louca e chapada.

Ela diz soltando uma gargalhada dolorida.

- Depois do ato consumado, ele abandonou-me no meio do nada, drogada e bêbada eu tive que seguir a porra do som da música e das pessoas para sair daquela mata.

Ela diz caindo em choro.

- Quando um dos membros do Royal viu-me sair sozinha da floresta assustada perguntou o que tinha acontecido, porra Penny. Eles mataram o cara na minha frente, eles arrancaram a porra dos seus olhos, abriram seu estômago como se ele fosse uma galinha pronto para assar, foi horrível.

Ela diz, não é necessário dizer palavras confortantes, as vezes o que ela quer é ser ouvida sem julgamentos.

- Quando estiver pronta para tomar banho, diga-me.

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