Thierry
Quando penso em sair da salinha, Carioca quer mais papo. O que mais ele quer conversar?
— Senta aí! — Ele aponta autoritário para a cadeira em que eu estava antes e ele se dirige até a cadeira dele, atrás da mesa, enquanto mexe outra vez no celular.
— O que faltou? — pergunto após me sentar, fazendo um sinal com a boca e posicionando uma mão entrelaçada à outra.
— Calma, Thierry, não precisa ficar sempre na defensiva assim!
Com as pernas esticadas, passo um pé por cima do outro, ficando tenso sem saber o que viria.
O Carioca sempre consegue fazer isso, de uma forma ou outra, ele mexe com o emocional das pessoas.
— Você não é meu filho, como o exame comprovou, mas eu prometi que mudaria a sua vida! — Ele digita algo no celular.
Sigo calado, sem entender nada.
— Não é porque você não é meu filho que eu não posso te proporcionar uma vida boa, Thierry. Minha mulher e eu, anos atrás, prometemos um ao outro que faríamos isso, e é o que vamos fazer.
— Você não tem que me dar nada! —