Para ler este livro, é preciso ler antes A paixão do traficante 1 que está nesta plataforma também. Fernanda e Carioca se amam, isso é incontestável. Um amor possessivo e ardente. O casamento deles foi lindo, e teve como testemunhas o sol, o mar e as pessoas que eles amam, incluindo o filho Gabriel. Mas o caminho será árduo e obscuro. O relacionamento será posto a prova por um possível filho fora do casamento e por pessoas com o coração cheio de ódio, querendo vingança, colocando em risco a felicidade que eles haviam conquistado. Segredos guardados virão a tona. E os fantasmas do passado? Será que estão mesmo no passado? Carioca continua possessivo e implacável. Fernanda precisa entender que sua posição agora é outra. Ela é a primeira dama da comunidade. Será que nosso casal vai aprender a conviver com suas diferenças e passar por cima de tantos obstáculos impostos a eles? Toda pessoa tem seu lado negro, sua parte obscura. O bem e o mal coexistem no ser humano. O verso e o reverso, o chão e o teto, o puro e o insano, o preto e o branco são certezas irrefutáveis e cada indivíduo é o comandante de duas escolhas. É o que vamos conferir nessa segunda parte de a paixão do traficante.
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Aponto meu fuzil na cara dele, não tem pra onde ele correr, tiro e bomba pra todo lado, está encurralado. Esse momento é a glória pra mim.
Meu companheiro também tem a mira apontada pra ele.
— Demorou mas chegou tua hora! — falo na cara dele.
Sujeito ruim, ele me encara sem demonstrar sentir medo algum da morte.
Movimento o dedo pra apertar o gatilho. Meu telefone toca, atendo sem tirar os olhos dele.
Do outro lado da linha, aquela voz tão familiar:
— Você não pode matar ele!
A porta se abre, me viro e ele aponta a arma pra mim, volto a atenção para a ligação novamente.
– Ah não? Por quê? — Pergunto rindo, mas a resposta não foi nada engraçada.
DIAS ATUAIS
SEGUE O MOMENTO EM QUE FERNANDA LÊ A MENSAGEM NO CELULAR DE FELIPE DURANTE A COMEMORAÇÃO DO CASAMENTO.
Fernanda
Durante a tarde, precisei subir até o quarto para colocar o meu celular para carregar e na escrivaninha da cabeceira, o celular pessoal do Felipe que estava lá, vibrou algumas vezes. Não sei se por curiosidade ou instinto mesmo, fui até lá e o peguei, estava com a tela bloqueada, mas pela barra de notificação eu pude ver a seguinte mensagem:
“Você vai simplesmente fingir que este filho não existe mesmo?”
Eu quis morrer ali mesmo...
Simplesmente eu não conseguia acreditar no que tinha acabado de ler. Não, não podia ser verdade, mas se é o celular dele, não havia engano.
Como ele teve coragem de fazer isso comigo? De quanto tempo é essa gravidez?
Penso alguns segundos segurando o celular dele na mão e pensando que só pode ser do tempo em que eu estava no hospital. A raiva toma conta de mim. Enquanto eu me recuperava de um aborto e de quase ter morrido, ele estava me traindo, sabe-se lá com qual vagabund* ou com quantas delas.
Eu sou muito idiota mesmo.
Aí ele vem com esse circo de casamento, certamente pra tentar esconder o que viria pela frente, ou seja, um filho fora do casamento.
Fico andando de um lado a outro do quarto ainda com o celular dele na mão, sem saber o que fazer, quando de repente escuto um barulho no corredor. Conecto novamente o celular no carregador e deixo onde estava. Felipe entra pela porta.
— Morena, tava demorando, tá fazendo o que aqui, longe de todos?
Fingi estar retocando a maquiagem mesmo com as mãos trêmulas, mas decidi que não vou dar um showzinho aqui, nossos amigos não merecem passar por isso, assim como meu filho e a Ângela também não. Estou aprendendo muito com minha sogra, sei que tenho que agir com a cabeça fria e no momento certo, esse assunto é entre o Felipe e eu, na nossa casa. Então tentei disfarçar meu melhor sorriso.
— Oi, tava retocando a maquiagem, já estou descendo!
Ele se aproximou para me beijar, mas eu não consegui retribuir, fiquei dura igual estátua e o máximo que saiu foi um selinho da parte dele não retribuído por mim. Felipe, que me conhece muito bem, dá uma olhada mortal, mas não fala nada, percebendo que tem algo errado.
Saí do quarto sem dizer nada e voltei para a área de fora, onde todos estavam reunidos conversando animadamente. Felipe veio atrás de mim.
Passo pela Rebeca, faço um carinho na Milena que sorri para mim. Tentei ao máximo fingir que estava tudo maravilhosamente bem, mas entre eu e ele havia um clima muito pesado, e eu só queria ir embora dali.
No final do dia, todos se despediram e foram embora. Fiquei aliviada, não via a hora de estar em casa, queria voltar logo pra Penha, era tanta raiva do Felipe e estar ali já não fazia mais sentido. Mas para minha surpresa, a Ângela quis que eu e o Felipe ficássemos aqui para curtir a noite sozinhos, enquanto ela levaria o Gabriel com ela e quem diria que a última coisa que eu queria era estar com meu marido exatamente no dia do nosso casamento. Mas eu não poderia recusar e querer voltar para a Penha, todos achariam no mínimo estranho.
Me despedi do meu filho com muitos beijos, prometendo estar com ele logo e dei várias recomendações a Ângela que só concordava, achando de certa forma, engraçado. Afinal, ela sabe muito bem cuidar de uma criança.
Mas o Felipe é cínico, mesmo percebendo que algo está errado, foi para o banho. Ele está fugindo da conversa que sabe que quero ter com ele e sobre o quê, ou pelo menos imagina.
Eu sentia um bolo na garganta, estar perto dele e lembrar da mensagem me deixava quase louca.
“Você vai simplesmente fingir que esse filho não existe mesmo?”
Essa frase martelava na minha cabeça, eu queria saber quem era ela mas o número não estava salvo no celular dele. Eu precisava respirar, então aproveitei que ele estava no banho e fui caminhar na areia a beira do mar, esse lugar o qual eu tinha lembranças maravilhosas era para ser ainda mais inesquecível depois da cerimônia do nosso casamento que foi tão linda. Mas a minha felicidade foi destruída por uma mensagem que mudaria tudo.
Meu relacionamento com o Felipe sempre foi assim, pequenos momentos felizes e muitas brigas e desentendimentos.
O sol já havia se despedido e a lua começava a surgir enquanto eu estava sentada na areia olhando o mar, tão perdida em meus pensamentos, que não observei ele chegando, só me dei conta de sua presença quando ele falou:
— Você vai falar que porr* tá acontecendo ou vai continuar fugindo de mim?
Olhei para ele incrédula com o que ouvi.
— O seu cinismo me impressiona! — falei e dei um pequeno sorriso debochado, virando o rosto, quando de repente ele puxa meu braço com brutalidade, me fazendo levantar.
— Me solta! — gritei.
— Solta é o caralh*! A gente vai conversar dentro de casa. — ele grita também e com a sua força, era como se eu fosse uma criança sendo arrastada, ele estava com raiva mas não mais do que eu.
Eu gritava pra ele me soltar, mas ele não soltava e também não respondia nada, enquanto me puxava para dentro de casa.
Assim que entramos na sala, ele b**e a porta com força e eu fui subindo escada acima, ou tentei pelo menos, mas ele me puxa novamente.
— Volta aqui! Tá pensando que vai aonde? Para de agir feito criança e fala pô, que foi que eu te fiz? — ele pergunta.
Achei que ele estava fugindo, mas na realidade, quem estava era eu. No fundo eu tinha medo do que sabia que ia ouvir.
Ele me puxa, me j**a no sofá e grita:
— FALA LOGO, PÔ!
Levanto no mesmo instante e grito também.
— VOCÊ IA ME ESCONDER ATÉ QUANDO QUE VAI TER OUTRO FILHO?
📍 PENHA – RIO DE JANEIRO ALGUM TEMPO DEPOIS… Fernanda O sol do Rio de Janeiro está brilhando no céu limpo e azul, refletindo o momento de felicidade que estamos vivendo. Hoje é um dia especial. Em nossa casa estão: Japah, Dani, Rebeca, LC e seus filhos, Gabriel, Thayla e dona Célia, que também veio. Thierry e Milena, infelizmente, não estão presentes, devido ao fato morarem nos Estados Unidos, assim como minha sogra e Roberto também moram fora. Mais tarde, faremos uma chamada de vídeo com eles para participarem do almoço que estamos fazendo para comemorar nossa mudança em definitivo para o Panamá. Felipe e eu amamos tanto o país que decidimos mudar para lá, e, a partir de agora, o comando da comunidade fica todo nas mãos do Gabriel. Nossos filhos já são adultos e nós podemos viver um pouco mais tranquilos. No quiosque, as mesas cobertas por toalhas brancas e arranjos de flores em tons pastéis são servidas pelos garçons que contratei. Eles trazem petiscos de churrasco e bebida pa
AlexandreApós saciados mais uma vez, tomamos banho juntos e ao voltar para o quarto, Antonela olha seu celular vibrando insistentemente e então se assusta.— Meu Deus, Alexandre são 19 horas, eu perdi a noção do tempo aqui!— E daí? Pergunto.— É o último dia do ano, Alexandre! Preciso ir! — ela fala enquanto coloca apressadamente suas roupas.— E qual problema? Sua família tá aqui com você? Eu vou lá falar com eles, então! — levanto também colocando minha roupa.— Não, meu amor, minha família não está aqui! — Ela ri. — Mas eu preciso te contar uma coisa que você não sabe.Só me falta ela dizer que tá casada...— Você tá com alguém? É isso, Antonela? — Pergunto irritado jogando de volta a minha camisa sobre a cama. — É claro que tá! Eu te expulsei da minha vida, você tinha todo direito de seguir em frente. — Neguei com a cabeça a minha própria constatação.Ela sorri novamente vindo até mim e segura meu rosto com as duas mãos.— Para! Não é nada disso! Depois de tudo que aconteceu hoj
AlexandreFinalmente, depois da angústia e da saudade que rasgavam meu peito durante todo o tempo em que Antonela e eu estivemos separados, totalmente por culpa minha, estávamos juntos novamente. Ela entendeu a mensagem no passaporte. Entendeu que era um recado meu nas entrelinhas, e só quem ama de verdade seria capaz de decifrar.As batidas do meu coração soavam barulhentas e aceleradas como uma britadeira enquanto eu me aproximava da figura mais linda e doce que passou pela minha vida. A minha Chocolatinho. Se eu fosse cardíaco, com certeza morreria dentro daquela igreja. Agora, de verdade.Ao fixar meus olhos nela, foi emoção pra carälho.A felicidade em finalmente ver o rosto que pensei que nunca mais veria, me fez ter a certeza que Deus existe e que o amor supera tudo. Quando os dois querem. A sensação era uma onda imensa de alívio. Alívio por estar diante dela outra vez. Alívio por não precisar mais fingir a minha morte.Cada olhar trocado era um elo sendo refeito contra todas a
Antonela— Eu queria te carregar no colo, mas essa minha perna tá fodidä! Porém, já melhorou bastante! — Alexandre diz ao abrir a porta do seu quarto e apontar para sua perna. Quando tentei perguntar sobre o que tinha acontecido, ele me beijou, silenciando minhas palavras e me puxando pela mão.Eu apenas sorri.Senti meu coração disparar no peito quando finalmente entrei no quarto dele, um ambiente também muito acolhedor e elegante, com cortinas entreabertas, que Alexandre tratou logo de fechar, ligando rapidamente o ar-condicionado para aquecer o cômodo. No centro do quarto, uma cama enorme, com lençóis em tons de preto e branco, combinava com o restante da decoraçã. Com certeza ele vive muito bem financeiramente, pois é notável o quanto tudo é da melhor qualidade em sua casa.Ele tira o casaco e se aproxima de mim, colocando uma mecha do meu cabelo trás dos ombros enquanto me olha fixamente. Ele mordeu os lábios. Seus olhos eram incrédulos, como se ainda não acreditassem que eu esta
Antonela Meu cérebro parece ter congelado, assim como meus olhos que não conseguem desviar da imagem daquele homem incrivelmente lindo e atraente à minha frente. E não, eu não estou morta, mas acho que estou prestes a morrer agora. Morrer de felicidade e emoção.Também não é uma miragem, tão pouco estou sonhando. É totalmente real e sim, é um milagre materializado bem diante de meus olhos.Aquele olhar profundo e intenso que eu conheço tão bem continua o mesmo, e me encara com uma mistura de emoções que tenho certeza são iguais às minhas. Eu não sei como é possível, só sei que é real. Ali, a poucos metros de distância, dentro deste lugar sagrado e milagroso, eu fui abençoada. Alexandre, o meu único e grande amor está diante de mim. Vivo e tão próximo, tornando concreto e real, meu pedido diário a Deus, de que tudo fosse um engano e eu despertasse daquele pesadelo. Fiquei petrificada, assim como as imagens sagradas da catedral, e um rápido movimento que Alexandre fez ao tirar sua mã
AntonelaNossa viagem a Oslo, capital da Noruega, está sendo incrível. A cidade é encantadora, com uma arquitetura deslumbrante com uma vista panorâmica que nos deixa em êxtase e muito à vontade. Os moradores são bastante discretos, o que é ótimo.Alessandro sorri alegremente toda vez que tenta pegar os flocos de neve com suas mãos tão pequeninas, mas ao mesmo tempo se assusta por sentir os cristais brancos gelados. Seus pequenos e escuros olhos brilham completamente fascinados ao ver os lugares cobertos pela neve em sua primeira viagem internacional. E eu me sinto grata em poder compartilhar esse momento tão especial com meu filho, e também por proporcionar isso à Marcinha, que embora esteja atemorizada com tanto frio, está muito feliz também.Nós fomos a algumas boutiques, restaurantes e cafeterias aconchegantes, porém o parque à beira do rio se tornou um dos nossos lugares favoritos. E em meio a tanta paz e felicidade, é impossível passar por tantos locais incríveis sem imaginar
Último capítulo