Uma conversa definitiva...
Estevão
Estava sentado na poltrona, com os cotovelos apoiados nos joelhos e as mãos entrelaçadas, observando Malu deitada de lado na cama. O frasco de calmantes ainda repousava sobre a mesa de cabeceira, como um lembrete incômodo do quanto o dia de ontem havia sido pesado. O rosto dela ainda estava um pouco inchado pelo choro. Passei uma das mãos pelo cabelo, sentindo o peso da frustração. Não deviamos ter nos beijado no estacionamento.
O meu pensamento era o mesmo: “Eu deveria ter me controlado… ter esperado… Mas com ela sozinha ao meu lado foi impossível resistir.”
Lembrei de cada detalhe no carro. A forma como os lábios dela procuravam os meus, e então o choque. O olhar do Alexandre, uma mistura de susto, raiva e decepção. Suspirei desviando os olhos para o chão, mas a imagem voltava repetidamente como se meu cérebro não quisesse esquecer. Olhei de volta para a Malu, ela começou a se mexer e ergueu a mão num gesto suave. Me levantei e subi na cama me acomodando ao seu lado. Ela se