Eu vou te contar tudo...
Alexandre
Meu maxilar estava travado. A mandíbula doía de tanto conter a raiva. Mas me controlei. Acomodei a Jaqueline no meu peito, meus olhos cravados nos dela:
– Você é minha, Jaqueline. E ninguém, ninguém, fala com você daquele jeito. Entendeu?
Ela apenas assentiu devagar, com o olhar ferido, mas cheio de algo que parecia alívio. Ao meu lado, ninguém a humilharia novamente. O elevador subiu em silêncio. Jaqueline mantinha o olhar fixo na porta. As portas se abriram no hall da cobertura e caminhamos em direção a porta. Abri e ela entrou igualmente calada depositando a pequena bolsa sobre o sofá e em vez de se sentar caminhava lentamente em direção às janelas de vidro.
Jaqueline permaneceu por ali alguns segundos observando a paisagem como se buscasse as palavras certas. E então, finalmente se virou. Seus olhos encontraram os meus, mas havia um brilho sutil de vergonha que me fez sentir um nó se formando na minha garganta.
– Eu vou te contar tudo, Alexandre. Mas preciso que você ent