Sem glamour, sem holofotes...
Raissa
As notícias invadiam minha tela como lâminas: vídeos repetidos, helicópteros, repórteres com expressão grave, o rosto da Thaís em fotos antigas intercalado com imagens da cena do crime. Meu coração acelerou até doer. Não tive dúvida, era ela. Thais foi noticiada como uma das cabeças do sequestro.
Disquei o número dela tantas vezes que meus dedos doíam. Chamadas sem resposta. Mensagens não entregues. Devia estar usando outro chip, para sua nova vida. Ela devia ter me escutado.
As notícias traziam nomes dos sequestradores: Humberto, conhecido como Betão, um dos cabeças do sequestro ao lado da Thais. Tanto ele quanto os comparsas, tinham fichas criminais longas. A frase que me deixou em choque veio pelos lábios do repórter: Thaís foi morta. Um tiro na cabeça. As imagens do local se repetiam na TV do bar, na vitrine da cafeteria e no noticiário do shopping. Eu senti o chão abrir.
Tive medo de ir à delegacia. Medo de que, ao aparecer, pudessem me olhar diferente. Ser acusada de cúmp