Feridas antigas...
Alexandre
Ao ouvir o nome Marcela Mancini, senti o sangue gelar nas veias. Não era surpresa. A intuição me avisava de que o reencontro seria inevitável. Ainda assim, ouvir o nome da minha mãe soou como uma convocação para um campo de batalha. A mágoa no meu peito, incômoda e pulsante, tinha raízes profundas na minha infância. No abandono que senti na época em que mais precisei dela. Um abandono silencioso mas brutal, que eu nunca consegui digerir, muito menos perdoar.
– Eu não posso apagar o passado, Alexandre. Você é teimoso e intransigente. Carrega esse rancor como um troféu. Se tornou um homem amargo. E quer saber? Com essa sua dureza, com essa incapacidade de se entregar nunca vai ser feliz com uma mulher. Porque no fundo, você não sabe amar. E pior… você não se acha digno de ser amado.
As palavras da Marcela, me atingiram como um punhal afiado. Com uma lâmina que cortava antigas cicatrizes e expunha feridas que passei uma vida inteira tentando ignorar. O silêncio entre nós foi en