Jaqueline

Acordei devagar, sentindo o peso suave do cobertor e o silêncio tranquilo do quarto. Virei o rosto e vi o Alexandre, que dormia tranquilo ao meu lado. Seu peito subia e descia num ritmo sereno, os traços firmes. “Como é lindo e todo meu.” pensei, sorrindo sem conseguir evitar.

Mas logo meu sorriso se desfez quando a lembrança do vídeo voltou à minha mente. Aquela sensação amarga, de invasão, de vergonha. Mesmo que a maioria já tivesse sido retirada do ar, eu sabia que ainda existiam resquícios, comentários e olhares. E era isso que mais doía.

Sentei na cama com cuidado, tentando não não acordá-lo, e fiz menção de me levantar. Mas antes que conseguisse, senti os braços dele me envolverem por trás, firmes e quentes.

– Eu achei que você ainda estivesse dormindo. Sorri quando senti seu toque.

– Senti que você ia levantar. Ele respondeu com a voz rouca de sono, encostando o rosto no meu pescoço.

Fiquei imóvel por um instante, absorvendo aquele gesto simples, protetor. Alexandre m