Pamela
Eu sempre digo que algumas noites têm um cheiro estranho, como se o ar estivesse tentando avisar alguma coisa. E naquela noite… eu sentia isso desde umas seis da tarde. Mas tentei ignorar. Eu tava cansada, dolorida, com as crianças mais manhosas que o normal, e meu corpo ainda se recuperando. Tava tudo uma bagunça, mas a única coisa que me acalmava era saber que o Caleb ia entrar pela porta a qualquer momento, cheirando a perfume caro e me dando aquele beijo de “cheguei, meu amor”.
Só que as horas foram passando.
E nada.
Quando o relógio bateu oito da noite, eu já tava andando pela sala igual uma doida. Tinha certeza que eu já tinha olhado o celular umas cinquenta vezes. Eu mandava mensagem pra ele a cada quinze minutos. Ligava.
Nada.
Só aquele maldito chamando… chamando… chamando… e caindo na caixa postal.
— Ele devia ter avisado… — murmurei pra mim mesma, sentindo aquela angústia subindo pelo peito, quente, pesada, como se fosse engolir minha garganta.
A babá tava com