Pamela
A manhã começou tranquila, igual a todas as outras. Eu e Caleb chegamos cedo no escritório — ele de terno escuro, impecável como sempre, e eu tentando disfarçar o enjoo matinal com um café que, sinceramente, não desceu muito bem.
Mesmo assim, forcei um sorriso e entrei junto com ele, de braço dado, porque só de olhar pra ele meu dia já parecia menos cansativo.
Todo mundo no escritório cumprimentou a gente com aquele ar curioso, já que desde a festa a fofoca da gravidez parecia ter se espalhado rápido demais. Eu fingia que não percebia, mas a cada “como você tá, Pamela?” com voz doce demais, eu sabia que era mais curiosidade do que carinho.
— Quer que eu te traga alguma coisa? — Caleb perguntou, colocando a pasta dele sobre a mesa. — Água, suco, ou um travesseiro pra você deitar?
Revirei os olhos, rindo.
— Eu tô grávida, não de cama, Caleb. — respondi, pegando meu notebook. — Pode trabalhar tranquilo.
Ele sorriu, mas eu vi que ficou me observando por um tempo antes de se sentar.