pamela
Quando cheguei ao restaurante, já era noite e o lugar estava cheio. As luzes eram suaves, o cheiro de vinho e comida boa no ar, e eu ainda estava um pouco irritada por ter me atrasado. O trânsito tinha sido um inferno, e o salto novo estava me matando.
Peguei o celular pra ver a mensagem do Caleb com o endereço — e lá estava ele, na mesa do canto, de frente pra uma mulher.
De costas, só vi o cabelo loiro brilhante e um vestido justo demais pra um jantar de negócios. Franzi o cenho. Tomara que seja alguma cliente chata, pensei, respirando fundo pra não ir já com três pedras na mão.
Andei até o garçom e pedi pra confirmar a reserva. Assim que comecei a atravessar o salão, a mulher se levantou. E foi aí que o universo decidiu brincar comigo.
Clarissa.
Ela veio na minha direção com aquele sorriso debochado colado no rosto. O tipo de sorriso que me dava vontade de jogar a taça de vinho na cabeça dela.
Mas eu respirei fundo. Porque grávida ou não, eu ainda tinha um pouco de classe.
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