CalebO pescoço dela cheirava a sabonete e desejo. Um cheiro limpo, quente, misturado com o vapor da banheira e a tensão que pairava entre nós desde o escritório. Encostei os lábios ali de novo, dessa vez com mais calma. Ela fechou os olhos, e senti o arrepio correndo pelo corpo dela.— Caleb... — sussurrou, quase sem força.— Eu tô aqui. — Minha voz saiu grave, baixa, quase como um sussurro em resposta ao dela.Meu nariz deslizou até a curva do ombro, enquanto minha mão subia devagar pela coxa dela debaixo d’água. Ela não me impediu. Ficou ali, respirando fundo, como se quisesse se entregar, mas ainda lutando com alguma coisa dentro dela.— Você é linda demais — murmurei contra sua pele. — Eu poderia passar horas só aqui... te sentindo.Ela virou o rosto, lentamente, até nossas bocas quase se tocarem. E, como se o mundo todo estivesse em silêncio, ela finalmente cedeu. Nossos lábios se encontraram, e o beijo foi calmo no começo, cheio de intenção. Um beijo de quem já se machucou ante
CalebO quarto ainda estava com aquele cheiro de sabonete misturado com o perfume da pele molhada da Pamela. A luz suave do abajur deixava tudo mais íntimo, quase como se o mundo lá fora não existisse. Fechei a porta devagar, e quando me virei, ela já estava deitada entre os lençóis brancos, os cabelos úmidos espalhados pelo travesseiro, os olhos me observando com algo entre expectativa e incerteza.Me aproximei devagar, como se aquele momento merecesse reverência. Pamela parecia uma miragem — pele quente, respiração calma, mas olhos intensos. Subi na cama e me deitei ao lado dela, passando a ponta dos dedos por seu braço, depois pelo contorno dos seus seios que ainda estavam parcialmente cobertos pelo lençol.— Você é linda demais — sussurrei, mais pra mim do que pra ela.Ela mordeu o canto dos lábios e fechou os olhos quando minha mão deslizou até sua cintura. Me aproximei mais, sentindo o calor do corpo dela colar no meu. Nossos rostos estavam próximos o suficiente pra eu sentir o
Acordei com a luz suave do sol filtrando pelas cortinas brancas. Por um segundo, pensei que tudo tivesse sido um sonho. O calor do banho, os beijos molhados, a forma como Caleb me olhava como se eu fosse o mundo dele… Tudo parecia bom demais pra ser real.Virei no colchão macio e encontrei o outro lado da cama vazio. O coração acelerou. Será que eu tinha imaginado tudo? Será que o toque dele, as palavras sussurradas no meu ouvido, o jeito como ele dizia que me amava… será que foi coisa da minha cabeça?Me sentei devagar, os lençóis ainda enrolados no meu corpo. Olhei ao redor. O quarto estava exatamente igual. Luxuoso. Limpo. Perfumado. Mas o silêncio me apertava o peito.Até que ouvi a maçaneta girar.A porta se abriu, e lá estava ele. Caleb Belmont. Usando apenas uma calça de moletom cinza, os cabelos levemente bagunçados, um sorriso preguiçoso nos lábios. Nas mãos, uma bandeja de café da manhã tão chique que parecia ter saído de um filme.— Bom dia, meu amor. Dormiu bem? — ele perg
CalebCheguei no hospital quase arrombando a porta da emergência.O coração batia descompassado, a respiração pesada. Vi minha mãe, Vitoria sentada em uma das cadeiras da recepção, com o rosto enterrado nas mãos. Nicolas andava de um lado para o outro, os olhos arregalados, a mandíbula travada.— Onde ele está? — perguntei, a voz saindo rouca.Minha mãe levantou o rosto. Estava pálida, devastada.— Estão atendendo ele agora, Caleb… Ele sentiu muita dor no peito, quase desmaiou.Um gosto amargo subiu pela minha garganta. Passei a mão pelos cabelos, tentando pensar direito. Mas era impossível. Tudo que eu conseguia imaginar era o rosto do meu pai, o homem que sempre foi uma fortaleza para nossa família, caído, vulnerável.— Infarto? — perguntei, já sabendo a resposta.Nicolas se aproximou, o olhar duro.— Provavelmente. — Sua voz soou baixa, pesada. — Fizeram os primeiros exames aqui, mas mandaram direto pra emergência. Estão tentando estabilizar ele.Olhei ao redor. Enfermeiros corria
CalebO tempo parecia se arrastar. Estava sentado em uma das cadeiras duras da recepção, com o rosto apoiado nas mãos, o corpo inteiro tenso. Nicolas mexia no celular sem prestar atenção, só para tentar ocupar a mente. Minha mãe ainda não tinha voltado da UTI e cada segundo de espera era uma tortura.Ouvi passos apressados e, quando levantei a cabeça, vi Pamela entrando pelo corredor.Meu peito aliviou instantaneamente.Ela caminhou rápido até mim, a expressão preocupada.— Caleb! — chamou, parando na minha frente. — Como estão todos? Como está seu pai?Levantei, sem pensar, puxando ela para um abraço.O calor do corpo dela contra o meu trouxe um pouco de paz naquele inferno de ansiedade. Apertei ela forte, como se precisasse daquele toque para me manter de pé.— Ainda não sabemos muito — falei, a boca perto do ouvido dela. — Ele sentiu dores no peito... Estamos esperando mais informações.Ela se afastou um pouco para olhar nos meus olhos, o rosto cheio de carinho e preocupação.— Vai
CalebJá em casa, depois de todo o sufoco no hospital, tudo parecia... quieto demais. Pamela e eu subimos para o quarto. Ainda havia um resquício de tensão no ar, como se alguma coisa ainda estivesse por ser dita.Ela foi até a janela, mexendo nervosamente nos dedos, enquanto eu largava as chaves em cima da cômoda e tirava o casaco.O silêncio se estendeu por alguns segundos até que ela finalmente falou, com a voz um pouco hesitante:— Caleb... — ela chamou, sem me olhar diretamente.— Hm? — murmurei, virando para ela.Pamela respirou fundo, como se estivesse reunindo coragem.— A gente precisa conversar.Meu estômago deu um nó. Essas quatro palavras nunca vinham acompanhadas de algo simples.— Claro — disse, tentando manter a calma, mesmo que meu peito começasse a apertar.Ela virou de frente para mim, o rosto sério.— Como vai ser agora?Franzi a testa, confuso.— Como assim, "como vai ser"?Ela passou a mão pelo cabelo, claramente nervosa.— Como vai ser... o nosso relacionamento?
PamelaA vida gosta de me lembrar que não sou a protagonista de um conto de fadas. Meu “príncipe” veste terno sob medida, tem olhos que enxergam a alma e uma arrogância que me faz querer socá-lo… ou beijá-lo.Caleb Belmont. O homem que me tira do sério há três anos, desde que virei sua secretária. Ele me testa, me provoca e parece esperar que eu surte e peça demissão. Mas eu preciso desse emprego.O problema não é o trabalho exaustivo ou as horas extras, e sim o fato de que meu coração dispara sempre que ele passa. Odiá-lo deveria ser fácil, mas toda noite me pego imaginando como seria sentir suas mãos em mim.Talvez essa obsessão tenha a ver com minha vida em casa. Desde que meu pai morreu, sustento minha madrasta, Flávia, e minha meia-irmã, Valentina. Flávia finge que ainda vivemos no luxo, enquanto Valentina acha que meu trabalho é só uma fase antes de eu "casar com um homem rico".Mal sabem elas que o único homem rico na minha vida é Caleb Belmont. E ele jamais olharia para mim des
CalebO sol invadia a sala de jantar da mansão Belmont como um lembrete cruel de que aquele café da manhã não seria apenas uma refeição. Sentado à mesa impecavelmente posta, tentei focar no aroma do café, no pão fresco… qualquer coisa que me distraísse do olhar controlado do meu pai.Bernardo Belmont, mesmo aos 68 anos, parecia mais uma estátua de comando do que um homem comum. Sempre ereto, sempre vestindo um terno perfeitamente alinhado — até dentro de casa. Ele nunca relaxava. Nunca deixava de ser o patriarca. Minha mãe, Vitória, estava ao seu lado. Linda, elegante, com aquele ar quase etéreo que ela mantinha mesmo depois dos sessenta. Mas ali, ao lado dele, parecia sempre uma coadjuvante resignada.Do outro lado da mesa, meu irmão Nicolas mal prestava atenção. Magro, distraído, vivia no próprio mundo, mexendo no celular como se aquilo tudo não o envolvesse. E, até aquele momento, eu achava que não envolvia mesmo.Então, veio o golpe: — Você precisa se casar, Caleb. Está na hora de