Caleb
Ela ainda estava perto. O gosto dos lábios dela ainda estava nos meus. O perfume ainda pairava no ar entre nós. Eu podia jurar que, se estendesse a mão, tocaria de novo aquele momento... mas Pamela deu um passo para trás.
— Caleb, é melhor eu voltar a trabalhar. — A voz dela saiu baixa, firme, mas com uma rachadura que só quem ama reconhece.
Meu peito apertou.
— Por favor, Pamela... não vai.
Ela virou de costas, os ombros tensos.
— Por favor, Caleb, me deixa em paz. Por favor.
Minha garganta travou. Mas eu não podia deixá-la sair assim. Não depois do que senti naquele beijo. Não depois do que carreguei calado por tanto tempo.
— Pamela, eu tô apaixonado por você.
Ela congelou no meio do caminho. E então se virou devagar. O olhar dela encontrou o meu com uma mistura de choque e descrença.
— O quê?
— Você me deixa louco — continuei, dando um passo na direção dela. — Completamente louco. E nem percebe que eu te amo.
Ela piscou algumas vezes, como se tentasse assimilar. O tempo parou