Caleb
Já em casa, depois de todo o sufoco no hospital, tudo parecia... quieto demais. Pamela e eu subimos para o quarto. Ainda havia um resquício de tensão no ar, como se alguma coisa ainda estivesse por ser dita.
Ela foi até a janela, mexendo nervosamente nos dedos, enquanto eu largava as chaves em cima da cômoda e tirava o casaco.
O silêncio se estendeu por alguns segundos até que ela finalmente falou, com a voz um pouco hesitante:
— Caleb... — ela chamou, sem me olhar diretamente.
— Hm? — murmurei, virando para ela.
Pamela respirou fundo, como se estivesse reunindo coragem.
— A gente precisa conversar.
Meu estômago deu um nó. Essas quatro palavras nunca vinham acompanhadas de algo simples.
— Claro — disse, tentando manter a calma, mesmo que meu peito começasse a apertar.
Ela virou de frente para mim, o rosto sério.
— Como vai ser agora?
Franzi a testa, confuso.
— Como assim, "como vai ser"?
Ela passou a mão pelo cabelo, claramente nervosa.
— Como vai ser... o nosso relacionamento?