Pamela
A dor começou do nada. Eu tava no refeitório da empresa, comendo minha salada de sempre — e reclamando mentalmente de como ela nunca matava a fome — quando senti um puxão forte na parte de baixo da barriga. Arregalei os olhos na hora. No começo achei que fosse só um desconforto, tipo quando os bebês se mexem com força demais. Mas aí veio outra dor, bem mais forte.
Abaixei a cabeça e fechei os olhos, tentando respirar fundo.
Mas não adiantou.
Veio outra.
“Pamela, você tá bem?” — perguntou Júlia, uma funcionária nova, toda desesperada, já vindo correndo até mim.
Eu tentei falar que tava tudo bem, que era só uma dorzinha boba, mas a minha cara devia estar dizendo o contrário, porque ela ficou pálida.
“Meu Deus, alguém chama ajuda! Ela tá passando mal!” — gritou ela, e eu só consegui apoiar uma mão na mesa.
O barulho que se formou foi instantâneo. Um monte de gente levantando das cadeiras, vozes falando ao mesmo tempo, alguém já pegando o celular. Eu tentei levantar, mas a perna fa