— Bom dia — ela sussurrou, e a voz dela era um convite perigoso.
CalebA luz da manhã entrava pela cortina, fina e dourada, desenhando faixas no chão e no corpo dela. A mansão tava calma, o som longe — só o tique-taque discreto do relógio e o respirar dela ao meu lado. O colchão ainda guardava o calor dos nossos corpos, o lençol desarrumado com a marca do nosso abraço de madrugada. Cheiro de sabonete dela, um toque de café que ficou no ar, e o quarto com aquela temperatura perfeita, nem frio nem calor.
Ela dormia com a mão no meu peito, o cabelo solto cobrindo um lado do rosto. Parecia tão serena que eu tive vontade de ficar ali pra sempre. Mas também senti, lá no fundo, uma coisa quente subindo — não só saudade, mas desejo. Acordei e fiquei olhando. Ela abriu os olhos devagar, sorriu com aquele sorriso pequeno, que me corta por dentro.
— Bom dia — ela sussurrou, e a voz dela era um convite perigoso.
Ela ainda tava com o roupão molhado do banho da noite anterior, meio aberto, e eu vi pele demais. O ar entre a gente ficou tenso de um jeito bom, como