CALEB
Eu nunca imaginei que fosse sentir tanto medo na vida.
O médico saiu da sala, a roupa ainda manchada do sangue que escorreu da Pamela, o rosto sério, e eu já sabia que não vinha coisa boa.
— Senhor Belmont — ele começou, e o jeito como ele respirou antes de continuar me deixou com o coração na garganta —, a situação é delicada.
— O que aconteceu? Ela tá bem? — interrompi.
Ele fez um leve aceno, calmo demais pro tamanho do pânico que eu sentia.
— A bolsa dela rompeu, mas o colo do útero não dilatou o suficiente. Precisamos fazer uma cesariana de emergência. Agora.
Meu corpo inteiro ficou gelado.
— Agora? — repeti, como se ele tivesse dito uma loucura.
— Sim. Se não fizermos, os bebês e ela podem correr risco.
As palavras ficaram rodando na minha cabeça como uma sirene.
Risco. Emergência. Agora.
Tudo junto, embaralhado, sem sentido.
— Pelo amor de Deus, doutor — minha voz saiu arranhada, desesperada —, faz o que for preciso. Mas cuida dela, por favor. Cuida da Pamela.
Ele assentiu