CALEB
Acordei com um grito.
Sabe quando o corpo desperta antes da cabeça entender o que tá acontecendo? Foi isso. Pulei da cama, o coração disparado, e só depois percebi que o grito era dela.
— Pamela? — chamei, a voz meio rouca, ainda sonolenta.
Ela tava sentada na cama, segurando a barriga com as duas mãos, o rosto contorcido de dor. O lençol tava todo amarrotado em volta dela.
— Tá doendo… — ela gemeu, sem fôlego.
Sentei ao lado dela, completamente perdido.
— Como assim doendo? Onde?
Ela apontou pra barriga e se curvou de novo. Eu senti o sangue sumir da minha cara.
— Calma, calma, amor, respira. — tentei segurar a mão dela, mas ela apertou com tanta força que meus dedos estalaram.
Outro gemido alto.
Ela tremia. Suava. E eu só conseguia pensar: não pode ser agora.
Ainda não era hora. Faltavam semanas.
Levantei num salto.
— Eu vou chamar a Roberta!
Saí do quarto tropeçando no tapete, bati o ombro na parede, gritei o nome dela pelo corredor.
Roberta apareceu correndo, de pijama, com