Lucy desceu as escadas, ainda atordoada, e foi até o escritório da avó. Não queria ficar no quarto, onde a lembrança de Amara e do fogo ainda a perseguia. Queria se agarrar à felicidade do beijo de Cedric, mas a voz da anciã do sonho ecoava: Não desperdice sua chance. Sentou-se na poltrona, tentando se concentrar em qualquer coisa que não fosse a maldição.
Horas depois, William entrou no escritório, o rosto cansado, mas com um meio sorriso.
— Como tá se sentindo?
— Muito bem — respondeu Lucy, ajeitando-se na poltrona, forçando um tom leve.
Ele a encarou por alguns segundos, o sorriso se alargando.
— Talvez a visita de um certo rapaz tenha ajudado? — disse, arqueando as sobrancelhas.
Lucy corou, surpresa.
— Quem te contou?
— Você tá sob minha guarda agora — disse William, sério. — Nada acontece nessa casa sem que eu saiba. E pode me explicar o que houve com seu quarto?
Lucy sentiu-se vigiada. Odiava a ideia, mas, ao mesmo tempo, gostava da sensação de ter alguém cuidando dela. Era i