Culpa sua

O silêncio que se seguiu foi tão denso que parecia sufocar todos na sala. Agnes congelou, os olhos amendoados fixos em Tábata, como se não conseguisse processar o que acabara de ouvir. Claudiano, por sua vez, baixou os olhos para Lean, concentrando sua atenção na inocência da neta. Suas mãos tremiam levemente, e ele não disse uma palavra.

Sem soltar a mão de Tábata, Guilherme manteve-se calmo, mas alerta, pronto para intervir e ajudar caso a situação fosse prejudicial para ela. Seu apoio enchendo Tábata de coragem para permanecer firme em sua busca pela verdade.

— Preciso saber a verdade — suplicou. — Sou mesmo filha de vocês? Ou sou fruto de uma traição?

Agnes ergueu as sobrancelhas, seus olhos castanhos escuros brilhando com uma mistura de desdém e irritação. Ela cruzou os braços, empertigando-se ainda mais, e bufando como se estivesse diante de uma acusação impertinente.

— E quem foi que te contou esse absurdo? — perguntou ela, seus olhos estreitando-se em um olhar de desconfiança.
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