— A gente precisa escolher o bolo logo, ou vai acabar com aqueles de pasta americana que ninguém gosta — reclamou Luiza, deslizando os dedos ágeis pelo celular enquanto Marcos e Sérgio analisavam as fotos da área externa da casa.
— Só se o bolo tiver recheio de verdade — retrucou Marcos, franzindo o cenho. — Nada daquelas coisas artificiais que só parecem bonitas e têm gosto de papelão.
Sérgio, no entanto, parecia distraído demais para opinar. Sentado à frente do notebook, ele revisava a lista de convidados que Luiza preparara, mas os olhos vagavam, vez ou outra, para a imagem do papel de parede do computador — uma planta arquitetônica esquecida ali, com rabiscos em vermelho.
— Tá com a cabeça onde, Sérgio? — Luiza parou de mexer no celular e encarou-o. — A festa é essa semana, se você não ajudar, vou te colocar pra inflar balões.
— Tô aqui — disse ele, afastando os pensamentos. — Só tava pensando que talvez devêssemos reduzir o número de convidados. Ela tem se sentido exausta, e muit