A segunda-feira amanheceu abafada, o céu encoberto por nuvens espessas como se o tempo também sentisse o peso de um novo começo. Abigail saiu cedo, mochila nas costas e fones de ouvido no pescoço, ainda com os pensamentos vagando entre cálculos, pranchas de projeto e as lembranças do fim de semana ao lado de Sérgio. Os beijos. Os olhares longos. A forma como ele dizia seu nome como se ela fosse algo precioso — e, ao mesmo tempo, perigoso.
As manhãs na faculdade estavam mais tranquilas. Felipe preso significava menos medo, menos tensão à espreita. Ainda assim, a presença de Matheus ao seu lado tornava tudo mais leve. Ele era divertido, prestativo e, naquela manhã, ofereceu ajuda para montar a estrutura da maquete do trabalho final.
— Você precisa prestar atenção no alinhamento da base — disse ele, apontando com uma régua. — Se errar aqui, todo o resto vai desandar.
— Como você é metódico — ela resmungou, mas sorria.
— Eu prefiro “exigente”. Ou “perfeccionista irresistível”.
Ela riu alt