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A filha da lua e o peão do sol

capitulo 3

O jatinho pousou suavemente na pista particular da fazenda Montserrat, levantando uma nuvem de poeira que já fez Louise bufar de raiva.

Ela desceu os degraus devagar, de óculos escuros enormes, mala de grife na mão e expressão de quem estava prestes a pisar no inferno.

— Que cheiro é esse? — murmurou, franzindo o nariz. — É isso que chamam de ar puro?

-Menina Louise,como você cresceu,esta uma linda moça

disse João um funcionário antigo da fazenda com um sorriso no rosto.

Louise cruzou os braços, esperando ver uma Land Rover branca ou, no mínimo, uma SUV importada. Mas o que encontrou foi uma caminhonete grande, luxuosa sim — mas, para ela, parecia um trator com bancos.

— É nisso que vamos?

João sem saber o que responder, coçou a nuca.

— É o único veículo que chega até lá menina,a estrada é de chão bruto.

ela interrompeu, revirando os olhos. — Isso aqui é um castigo mesmo.

Sem paciência, o motorista abriu a porta, esperando que ela entrasse.

Louise deu meia-volta, pegou o celular e bufou:

— Pode deixar, eu me viro sozinha. Ninguém precisa me levar.

-Não,espere ai.

tarde,ela já havia levantado poeira

E lá se foi por alguns metros,ate que ouviu o motor morrer e o carro parar.

-Mas que merda eu disse que isso não ia servir.

louise fica nervosa e sai do carro andando pra lá e pra cá,seu salto fino afundava na terra batida

tentando chamar sinal de internet e amaldiçoando cada pedrinha que encontrava.

— Que fim de mundo... — resmungava. — Meu pai pirou de vez.

O sol queimava, e o suor já escorria pelo pescoço quando um barulho de motor ecoou atrás dela.

Uma caminhonete vermelha parou, e dela desceu um homem de jeans surrado, botas empoeiradas e chapéu baixo.

Ele era o típico peão: corpo forte, pele marcada de sol, cabelo loiro queimado e olhos azuis intensos que pareciam ler a alma.

— Precisa de ajuda moça? — perguntou com a voz rouca e firme.

Louise o olhou de cima a baixo, com desprezo.

— Não, obrigada. Eu não aceito ajuda de peão de beira de estrada.

Ele deu um meio sorriso, sem se abalar.

— Então boa sorte, princesa. — disse, virando as costas.

Louise ficou parada,assistindo o peão se afastar,ela estava acostumada a ser bajulada,por ali as coisas não funcionavam assim.

quando percebeu que ele falava sério ele gritou

— Ei! Espera aí!

O homem voltou, sem pressa, com o mesmo olhar calmo de quem já conhecia o tipo de mulher que ela era.

Sem dizer uma palavra, abaixou-se e começou a trocar o pneu.

Louise o observava, tentando disfarçar a curiosidade. O jeito que ele movia as mãos, o braço firme, o modo como ignorava totalmente sua presença.

Nenhum homem fazia isso com ela.

— Perdeu algo aí, moça? — ele perguntou sem olhar pra cima.

— Óbvio que não. Estou só... observando pra não precisar de gente como você.

Ele riu de canto.

— Então observa bem, pra ver se aprende.

Quando terminou, limpou as mãos na calça

sua camisa estava meio aberta e era possível ver seu peitoral suado

louise tentou,mas falhou

— Pronto. Pode seguir, princesa.

Louise bufou, montou no carro e saiu sem olhar pra trás, fingindo indiferença — mas não conseguia tirar da cabeça o rosto daquele peão.

Enquanto a caminhonete dele sumia no retrovisor da estrada, ela murmurou pra si mesma:

— Arrogante. Presunçoso. E... bonito demais pro próprio bem

Minutos depois, Louise chegou à sede da fazenda.

Uma mulher sorridente, de cabelos presos e olhar acolhedor, veio correndo abrir o portão.

— Louise!Digo,senhorita louise,eu nem acredito que estou te vendo novamente Que alegria! — disse Lolla, com lágrimas nos olhos.

Louise franziu a testa.

— Você é...?

— Lolla,meu nome é lolla,

diz enxugando as lagrimas com as mãos.

- Eu cuidei de você quando era um bebê. Fui quem lhe deu o primeiro banho.

você era um bebê tão linda,seus cabelos pretinhos

seu olhar....

Por um instante, algo suave brilhou no olhar de Louise — mas logo desapareceu.

— Chega,me polpe!

Lolla tentou abraçá-la, mas Louise se afastou.

— Por favor, não me toque. E... quero que troque todo o enxoval do quarto. Lençóis, cortinas, toalhas. Tudo novo. De preferência importado.

Lolla piscou, surpresa.

— Mas, menina, aqui a gente não tem dessas coisas…

— Então providencie. — Louise cortou, andando até a escada. — Eu não vim pra dormir em lençol de algodão de fazenda.

Enquanto subia, os funcionários se entreolhavam em silêncio.

Lolla suspirou, murmurando pra si mesma:

— Eu devia saber que ela seria envenenada por essa família.

lolla abaixa a cabeça e sai

Louise, do alto da escada, olha pra tras e e revira os olhos.

— Que fim de mundo,eu não fui feita pra esse lugar.

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