Marlon
O corte desce pouco acima do meio da perna e desce reto até o meu joelho. Deixando na pele viva.
— Vai no banheiro ali, e vê se ainda tem os bagulho pra fazer curativo na parte debaixo da pia. Luara sempre deixava aguardo ali. Vê se tem… _ Ponto na direção do banheiro no corredor, sentindo a dor latejante na minha perna.
Não tem como não pensar na maluca nesse momento. Se ela estivesse aqui, já ia tá apavorada, me xingando por ter me machucado.
Fecho meus olhos lembrando nela e a dor parece aumentar. Meu coração acelera. Minha respiração fica tensa, esperando com agonia ele trazer o bagulho que eu pedi.
Como eu esperava, ela ainda manteve a caixa vermelha dela com vários bagulhos de curativo e até remédio. Eu mermo começo a me limpar. Pego o soro e jogo no ferimento, tirando o sangue seco e a sujeira. Seco com gaze limpa, aplico o antisséptico e espero uns segundos para agir.
A carne tá viva, latejando. Passo a pomada cicatrizante que eu costumo usar e cobro com gaze.