Ela pegou os remédios e engoliu com água. Por um instante, seu rosto pareceu ficar sereno.
— Não se desfaça dos cães — murmurou. — Eles não têm culpa de nada.
Fechei os olhos um segundo, respirando:
— Durma, Derringer.
Olhei para Marcelle, a fim de que entendesse que já tinha ficado tempo demais. Ela entendeu e se foi.
Caliana puxou o lençol com força, obrigando-me a soltá-lo. Depois se enrolou e sob ele, retirou o vestido, jogando no chão.
Não contive um sorriso irônico. Há minutos atrás ela tinha mostrado a boceta para os dois enfermeiros que nunca tinha visto na vida. E agora escondia o corpo de mim?
Ela virou de lado, os cabelos caindo sobre o travesseiro. Em poucos minutos, o som da sua respiração tranquilizou. Fiquei ali, até me certificar de que ela realmente dormira. Talvez eu tenha ficando tempo demais observando-a.
Num gesto impensado, quase descontrolado, toquei seus cabelos. Ela não se moveu. Não sentia meu toque. Estava ferrada no sono.
— Cada vez mais me convenç