O silêncio que resta (II)
Ela pegou os remédios e engoliu com água. Por um instante, seu rosto pareceu ficar sereno.

— Não se desfaça dos cães — murmurou. — Eles não têm culpa de nada.

Fechei os olhos um segundo, respirando:

— Durma, Derringer.

Olhei para Marcelle, a fim de que entendesse que já tinha ficado tempo demais. Ela entendeu e se foi.

Caliana puxou o lençol com força, obrigando-me a soltá-lo. Depois se enrolou e sob ele, retirou o vestido, jogando no chão.

Não contive um sorriso irônico. Há minutos atrás ela tinha mostrado a boceta para os dois enfermeiros que nunca tinha visto na vida. E agora escondia o corpo de mim?

Ela virou de lado, os cabelos caindo sobre o travesseiro. Em poucos minutos, o som da sua respiração tranquilizou. Fiquei ali, até me certificar de que ela realmente dormira. Talvez eu tenha ficando tempo demais observando-a.

Num gesto impensado, quase descontrolado, toquei seus cabelos. Ela não se moveu. Não sentia meu toque. Estava ferrada no sono.

— Cada vez mais me convenç
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