O silêncio do final da tarde foi quebrado pelo som das rodinhas metálicas contra o piso de mármore. Três mulheres atravessaram o hall como se fossem parte de um exército silencioso, cada uma com sua mala de couro repletas de sprays, pincéis e modeladores. As roupas pretas e discretas não denunciavam nada além de eficiência. Olharam para mim como se eu fosse apenas mais um rosto a ser moldado para uma vitrine.
Já no quarto, uma delas inclinou minha cabeça para trás, sem pedir permissão, enquanto a outra abriu uma maleta repleta de paletas de sombras com todas as tonalidades de cores do universo.
— Não se mexa. — Ordenou a mais velha, com a calma de quem já repetira aquela frase mil vezes.
Meus cabelos foram puxados, escovados, modelados em ondas que caíam pesadas sobre meus ombros. Pincéis roçaram contra a minha pele, delineando o