NARRADO POR GIOVANI FERRETI
Antonella não me fazia uma proposta, ela ditava leis.
Cheguei com Pablo naquela casa com um único propósito: tomar o que era meu.
O meu filho, a mãe do meu filho, ela.
Cheguei disposto a lutar, disposto a arrancar dela até a última mentira, se fosse necessário.
Mas então ela apareceu.
Aquela saia preta, justa, marcando as coxas como se gritasse pelo toque da minha mão.
A blusa branca, enfiada por dentro, esticada no peito que eu conhecia tão bem.
O blazer preto, o salto que batia firme no chão, os cabelos alisados descendo até os ombros.
E os olhos.
Verdes,assustados, em mim.
Eu soube, ali, que não era mais guerra, era redenção, era a minha família.
E ela estava vivendo sem mim,sem sequer olhar para trás.
Se ela me mandasse deitar no chão, eu deitaria, se ela mandasse me calar, eu calaria.
Eu, Giovani Ferreti, abriria mão de tudo por eles, de San Marino, da máfia, do sangue e da pólvora.
A mulher que se abriu pra mim como nenhuma outra teve a audácia de ge