Narrado por Giovani Ferreti
O sol já ameaçava nascer quando voltei para o hotel, o gosto de bebida ainda nos meus lábios. Uma noite regada a sexo e silêncio. Sem nomes, sem promessas. Apenas suor, corpos e prazer bruto. Do jeito que eu gostava — do jeito que me fazia esquecer.
Empurrei a porta do quarto com a jaqueta pendurada no ombro e encontrei Antoni apagado na poltrona, camisa aberta, copo de uísque vazio caído no chão. Sorri de canto. Ele era bom no que fazia, mas não era de ferro.
Joguei as chaves sobre a mesa, tirei a camiseta com um movimento só e me deixei cair na cama, ainda com o corpo marcado pelas unhas da desconhecida da noite. Mas foi o rosto de outra que me acompanhou enquanto meus olhos se fechavam. Os olhos assustados de uma italiana na areia. Os lábios que me rejeitaram com tanto medo quanto desejo.
Acordei tarde, o sol já alto. O dia havia passado por mim como um borrão, e ainda assim, sentia que algo me puxava de volta para o mundo. Levantei sem pressa, tomei um