Capítulo 66
A porta da mansão Avelar se abriu com força quando os policiais entraram apressados, guiados pelas instruções precisas do mordomo, que os esperava logo na entrada.
— É no andar de cima, no banheiro da suíte principal — disse ele, com a voz ainda trêmula. — A mulher está lá.
Augusto, ainda com Patrícia nos braços, mal conseguia falar. Apenas fez um leve gesto com a cabeça e viu os homens subirem às pressas. Patrícia estava consciente, mas assustada, agarrada ao pescoço do marido com força.
Momentos depois, os policiais desceram com Cleuza algemada. Ela chorava compulsivamente, a cabeça baixa, os ombros sacudindo em soluços descontrolados. Augusto, tomado por uma mistura de raiva, incredulidade e tristeza, se aproximou.
— Por que você fez isso, Cleuza? — perguntou, com a voz baixa, tentando manter o controle.
Ela o encarou com os olhos vermelhos, a maquiagem borrada, a respiração entrecortada.
— Ela me ameaçou de morte… disse que acabaria com os meus filhos e depois comigo.