Eu respiro fundo para reunir meu juízo. Meu coração está batendo forte e por alguma razão eu estou corando furiosamente sob seu olhar atento. Desvio meus olhos dos dele e sirvo primeiro Hassan, depois meu pai e por último eu. Coloco a cesta de pão fresquinho na mesa e só então me sento.

—Bem. Espero que gostem do meu tempero —eu encaro Hassan —eu não coloco muito sal por causa de papai, por isso tempere a sopa como preferir —digo colocando o salero perto dele.

Hassan me dá um sorriso compreensivo.

—Meu pai segue a mesma dieta. Nada com muito sal.

—Fale-me de seus pais, meu rapaz. —Meu pai diz e coloca uma colherada de sopa na boca.

—Pai, o homem árabe não costuma falar quando estão à mesa —digo.

Hassan me olha surpreso pelo meu entendimento sobre o assunto. Então ele sorri.

—Não tem problema. Não levo as tradições a ferro e fogo. —Hassan dá uma colherada na sopa e olha para meu pai. —Meu pai tem sessenta e oito anos e minha mãe cinquenta e oito. Eles vivem no Marrocos. Surgiu a necess