René, ao sair pela porta do restaurante em direção à rua, corre desesperado atrás de Lisa. Seu coração parece que vai sair pela boca, como se o tempo não houvesse passado. É como se ele tivesse que acertar as contas com o destino que o congelou por mais de dez anos.
Lisa tenta correr, mas suas pernas parecem não obedecer. Ela anda o mais rápido que pode, e de repente René surge à sua frente, bloqueando sua passagem. Ele diz com os olhos marejados:
— Precisamos conversar, Lisa.
Lisa não o encara e fala olhando para baixo, tentando esconder as lágrimas:
— Saia da minha frente. Não tenho nada a conversar com você.
— Temos, Lisa. Temos muita coisa a conversar. A começar por aquele menino no restaurante. Lisa, ele é a minha cara — René fala chorando e não se contém. — Ele é meu filho, Lisa? — pergunta com a voz embargada entre soluços.
Lisa, ao ver o desespero de René, como se ele tivesse certeza de que Victor é seu filho, responde sob forte emoção, sentindo-se acuada, como se não pudesse