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A aurora do dia era dourada, suave... quase mágica. O céu parecia sorrir. O vento era gentil, como se estivesse guardando segredos. E por toda a fortaleza, um murmúrio de expectativa crescia. Tapetes foram estendidos, bandeiras penduradas. Frutas frescas, carne assada e doces com mel tomavam as mesas.
Caelum completava sete anos.
Mas ninguém ousava tratá-lo como uma criança comum. Porque ele não era.
Filho do Lobo Rei. Filho da Lua Desperta.
Primeiro filhote transformado, dono de dons que nenhum ancião compreendia por completo.
Mesmo assim, Aurora fez questão:
— “Hoje, ele é só meu menino. Nada de visões, nada de rituais.”
— “E se ele tiver uma visão no meio da festa?” — perguntou Darius, com um meio sorriso.
— “Então fingimos que foi só uma dor de barriga.”
Ambos riram. Mas havia tensão nos olhos. Sempre havia.
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Caelum acordou com a luz entrando pelas frestas da cortina. Piscou, espreguiçou-se... e percebeu.
A fortaleza estava diferente. Mais viva. Mais barulhenta.
Sorriu.
Ao