Aurora respirou fundo, fechando os olhos por um instante. Sua pele ainda formigava onde Elias a tocou, um lembrete repugnante da situação em que se encontrava. Mas ela não era uma presa indefesa. Não seria mais.
Quando abriu os olhos novamente, seu olhar estava diferente. Menos desafiador, menos carregado de fúria. Elias percebeu. Ele inclinou a cabeça ligeiramente, avaliando-a como um predador que sentia o cheiro da primeira rachadura na armadura da vítima.
— Está começando a entender, não é, meu amor? — Sua voz era macia, quase gentil, mas Aurora sabia que era só mais um truque.
Ela abaixou os olhos, fingindo hesitação. Contar com a própria força era impossível, então precisava jogar com a mente dele. Com o ego dele. Elias queria que ela cedesse, que se moldasse ao papel de companheira dócil que ele fantasiava. Ela lhe daria exatamente isso... mas no seu próprio tempo.
— Eu… — sua voz saiu baixa, trêmula. Não era difícil fingir fraqueza, não quando a raiva e o nojo por ele queimavam