Enquanto o luxuoso carro preto deslizava pela noite de Washington, Maeve assistia aos prédios passarem pela janela sem dizer uma palavra, sentindo que estava sendo levada ao próprio funeral. Ela nunca gostou da cidade, e agora o lugar parecia mais cruel ainda.
Asher também não dizia nada. Os dois estavam separados por mais do que alguns centímetros no banco traseiro. A distância entre eles agora era feita de ordens, silêncio e feridas.
O motorista parou diante de um edifício de fachada espelhada, elegante e discreto, no coração da cidade. O porteiro os aguardava com uma chave e um sorriso treinado. Maeve não retribuiu.
— Último andar — informou o funcionário, entregando o cartão de acesso.
Subiram sem trocar olhares. O elevador era silencioso, como tudo o mais.
O apartamento parecia saído de uma revista: pé-direito alto, janelas que se estendiam do chão ao teto, móveis de design assinado. Mas era impessoal demais. Tudo tinha sido escolhido por algum assistente para acomodar algum exec