Maeve e Asher entraram no apartamento em silêncio. A porta se fechou atrás deles com um estalo abafado. Ainda sentiam o cheiro do asfalto, o gosto metálico do susto em suas línguas. Nenhum dos dois acendeu a luz.
— Você deixou a lareira acesa? — Maeve perguntou, intrigada.
A claridade bruxuleante do fogo deixava o rosto dela encoberto pelas sombras.
Ela parecia misteriosa e poderosa naquela luz, e Asher teve a sensação de que já a tinha visto assim antes, iluminada por fogueiras ancestrais, nua sob as trevas.
Ele apertou as pálpebras para afastar a visão.
— Deve ter sido algum funcionário da limpeza — murmurou, os olhos ainda fechados.
Maeve tirou o casaco e os sapatos de salto e caminhou de um lado a outro na sala, o som de seus passos descalços abafados pelo tapete. O frio a havia abandonado ao olhar para Asher. Estava fervendo por den