Capítulo 37. O primeiro encontro continua
— Me fala uma coisa curiosa. — Eduardo pediu. Tínhamos começado a conversar sobre nós, falando sobre tudo e sobre nada.
— Quando eu tinha 13 anos, sonhava em aprender francês. Minha meta era conseguir cantar La Vie en Rose sem olhar a letra. Passei meses treinando, decorando, cantando baixinho no meu quarto até que consegui. Agora, já não lembro quase nada — acabei relaxando um pouco. Só o verso clássico ficou na minha cabeça: "Je vois la vie en rose."
— A sua pronúncia ficou perfeita. Pelo menos eu achei. O que significa?
— "Eu vejo a vida em rosa."
— Acho que combina com você.
Sorri, meio sem graça, mas meu coração bateu mais forte.
— E você? Aposto que sabe falar umas línguas. — perguntei.
— Sei inglês, espanhol e um pouco de italiano, que na verdade só aprendi pra pedir vinho e elogiar comida. O que, na minha opinião, é o essencial. — Ele riu, descontraído, tomando um gole de vinho. — Tentei alemão por insistência do meu pai.
— E aí, como foi?
— Um desastre completo. Três meses d