O acaso que virou destino

Eu não lembrava exatamente quando decidi ir ao banheiro. Só lembrava da sensação de emergência, do chão levemente instável sob meus pés e das luzes que pareciam mais fortes do que deveriam. Porra, o álcool apagava qualquer senso de direção!

Empurrei a porta com força enquanto abaixava a minha calcinha. Quando fui fechá-la, com urgência, vi as mãos masculinas sobre as minhas. E então senti o corpo atrás do meu. E aquele perfume... que nem todo o álcool do mundo conseguiria apagar da minha mente.

Virei na direção dele, sentindo o corpo estremecer:

— Você entrou no banheiro errado — rezei para que as palavras realmente tivessem saído, porque eu já não conseguia mais articular voz e movimento labial. A ilusão de ótica, que era aquele homem, me causava aquilo.

Ele me olhou por um segundo longo demais. Depois respondeu, com calma perigosa:

— Não. Foi você que entrou no banheiro errado. Ou está me seguindo tão descaradamente?

— Eu, seguindo? Desde quando se segue ilusão de ótica? Você segue sendo só fruto do meu pensamento.

Ele me virou de costas e empurrou-me contra a porta, se esfregando em mim. Senti seu pau ereto enquanto ele sussurrou na minha orelha:

— Isso parece ilusão para você? — mordeu o lóbulo da minha orelha — Meu pau parece uma ilusão?

Minha calcinha já estava arriada. E a vontade de fazer xixi desapareceu. Sim, eu estava encharcada. Mas era de tesão. Um tesão que eu nunca senti antes.

Antes que eu pudesse retrucar, recusar, recobrar a consciência, as luzes piscaram. Uma vez. Duas. O som da boate pareceu engasgar, como se alguém tivesse brincando de Deus. O sistema pareceu entrar em colapso. 

O medo veio antes da razão. Meu corpo reagiu antes de qualquer pensamento coerente. Virei e me abracei nele.

Senti os braços dele me envolvendo de volta, firmes, protetores. O espaço da cabine ficou pequeno demais para dois corpos que já estavam tensos desde o bar.

— Está tudo bem — ele sussurrou no meu ouvido, parecendo saber que aquilo me deixava ainda mais desestruturada.

Não estava tudo bem. E eu sabia que, depois de tê-lo conhecido, jamais estaria tudo bem de novo. Porque a partir daquele momento, eu jamais aceitaria nada menos que aquela ilusão de ótica que trazia todo o calor do inferno para o meio das minhas pernas.

Naquele instante confuso, apertado, totalmente fora da minha linha de segurança, eu soube, com uma clareza quase cruel, que dar a minha virgindade àquele homem não seria um erro. Seria a minha história de vida: fodi com o homem mais lindo do mundo, na cabine do banheiro de uma boate.

O beijo aconteceu sem anúncio. Sem promessa. Sem volta.

POV ENZO

Eu deveria ter saído quando a luz falhou. Deveria ter aberto a porta. Deveria ter pensado em mil coisas que normalmente me controlavam.

Mas ela me abraçou. E naquele gesto simples, assustado, meu mundo saiu do eixo.

Nada nela era ensaiado. Nada era estratégia. O jeito como respirava, como se segurava em mim, como o corpo respondia ao meu... tudo era sincero de uma forma como nunca vi: real. 

Eu a prendi contra a parede fria da cabine, o azulejo gelado contrastando com o calor que subia dos nossos corpos. Minhas mãos agarraram sua cintura com força e meu desejo era de devorá-la em segundos.

O beijo se tornava faminto, quase desesperado. Eu explorava cada centímetro da sua boca, sentia sua língua correspondendo a cada investida. 

Meu pau implorava para sair de dentro da calça. E eu queria fazer tudo ao mesmo tempo: beijá-la, acariciá-la e fodê-la. E faria!

— Senhor ilusão de ótica... — ela falou entre meus lábios — eu acho que a gente não...

— Quieta — murmurei contra a boca dela, mordendo o lábio inferior enquanto uma mão descia para erguer o vestido até a cintura. Ela gemeu baixo e percebi que as pernas estavam trêmulas.

Toquei sua boceta molhada, que esperava pelo meu pau. E eu não via a hora de me enfiar nela até que não aguentasse mais. Tradicionalmente eu arrastaria a calcinha para o lado e faria tudo sem tirá-la. Era minha marca registrada. Mas neste caso, ela já entrou praticamente sem calcinha.

Foi então que fiz o que chamei de “situação mais constrangedora da história”: ajoelhei-me no chão da cabine de um banheiro público por uma boceta. Sim, eu fiz isso. Porque sair dali sem sentir o gosto dela era como foder sem gozar dentro.

Ela gemeu antes mesmo de eu tocá-la. Caralho, ela não tinha se dado conta que estávamos num local público, com entra e sai de pessoas? E o que mais insano daquilo era que eu estava doido com a forma como ela agia: espontânea, como se pouco se importasse com qualquer coisa naquele momento a não ser a foda rápida.

Abri suas pernas e primeiro lambi toda a extensão da boceta, somente para ter a certeza de que era tão gostosa quanto imaginei. Era mais do que gostosa! E poderia ser perigosamente viciante.

Não desviei os olhos dela um segundo enquanto minha língua explorava os grandes e pequenos lábios. Ela, por sua vez, semicerrava os olhos e tentava manter a boca fechada, embora o som do prazer que sentia escapasse de seus lábios de forma automática.

— Será que você poderia... — a voz dela saiu fraca, trêmula — enfiar a língua... dentro?

Arqueei uma sobrancelha, ainda com a língua nela.

— É que... eu já vi isso em filmes pornôs... e parece... ser bom.

Eu ri. Mas confesso que fiquei um pouco decepcionado. Era bem clássico: fingiria ser virgem!

Ainda assim... o que eu tinha a perder?

Enfiei a língua dentro da fenda quente dela, que agora gemeu diferente e fechou os olhos com força. No mesmo momento, suas mãos enrolaram nos meus cabelos e os puxou. Intensifiquei os movimentos, fodendo sua boceta com a minha língua.

Foi então que senti que ela gozou. Os dedos ficaram imóveis e o corpo relaxou. Os movimentos de vai e vem do seu peito pareciam esconder um coração que pulsava tão forte que queria deixar o corpo.

Ela suspirou demoradamente e abriu os olhos:

— Foi... incrível!

Levantei, confuso. Ela não tinha achado que aquilo havia acabado, não é mesmo? Mas sim, achou. A garota fez menção de pegar a calcinha, que chutei para longe, observando-a deslizar para debaixo da porta.

— A minha... — me olhou, apavorada.

— Não acha que vai me deixa assim, não é mesmo? — apontei para o meu pau.

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