Vitória
A nonna Elisabetta vestia um conjunto escuro e caro e me encarava por cima de um nariz aquilino; as rugas de expressão marcavam a desaprovação profunda. Era o olhar de alguém que via em mim não uma babá, mas uma praga.
— É a babá da Allegra. Aliás, essa casa é minha!
— Isso não te dá o direito de trazer uma ladra e colocar todos da família em risco. — Elisabetta proferiu ao gesticular com a mão adornada de joias, num movimento rápido de desdém que me fez apertar Théo contra o peito.
A um passo à frente, Maximus colocou a sobrinha no chão e segurou a mão de Allegra, parou e se virou para a avó.
— Nonna, vamos conversar depois! — Ele tentou finalizar a conversa.
— Fique fora disso, Max. — Elisabetta fez um aceno de cabeça para o neto. — A etiqueta exige que eu inspecione a sujeira que você arrastou para nosso lar.
Engoli em seco. Senti o calor subir ao meu rosto, com o misto de raiva e humilhação.
Eu queria gritar novamente que não era uma ladra, que aquelas joias tinham sido