Leonardo ainda estava ao telefone, andando de um lado pro outro como um leão enjaulado. Eu só escutava a parte dele da conversa, mas já dava pra perceber que o mundo estava desmoronando sobre a cabeça dele.
— Como assim? — Ele esfregou a testa, incrédulo. — Mas isso é absurdo, doutor… Ela alegou o quê?
Silêncio. Respiração pesada. Daquelas que antecedem terremotos emocionais.
— Família instável? — A voz dele subiu um tom. — Problemas emocionais meus? E que a Livia é deixada de lado? Isso é ridículo!
Outra pausa.
— Certo. Quais são os próximos passos? O que a gente faz pra derrubar isso?
Ele ouviu mais um pouco, apertando o celular como se fosse esmigalhá-lo, e finalmente desligou, jogando o aparelho no sofá como se estivesse queimando.
Eu estava na porta, imóvel, tentando não invadir o espaço dele. Quando os olhos dele encontraram os meus, eu vi tudo: a preocupação, o medo, a raiva, a sensação de injustiça que deixaria qualquer pessoa sem chão.
— A Veronica entrou com o pedido de guar