Capítulo 63. Perigo mortal
— Você agora é minha mãe?
Um dia, Alice me fez essa pergunta enquanto eu a ajudava a se vestir para ir à escola. Fiquei sem saber o que responder. Era uma questão delicada e complexa. Aos poucos, no dia a dia, eu estava assumindo o papel de madrasta das crianças. Eduardo tinha me dado autorização para comparecer às reuniões escolares, buscá-los e levá-los, e eu também estava sempre presente.
Matilde, a babá que me substituiu quando fui embora, continuava trabalhando normalmente. Ainda assim, a presença constante fazia com que os dois entendessem qual era o meu papel na vida deles. Eu, porém, não tinha a pretensão de ser chamada de mãe, tinha medo de apagar a memória da mãe verdadeira.
— Bem, meu amor… você teve uma mãe, e ela sempre será a sua mãe, que está no céu. Eu sou a madrasta, a sua mãe de coração. Aqui dentro, vocês são meus novos filhos — expliquei, acariciando o rosto de Alice.
— Posso te chamar de mamãe? — perguntou Arthur, com os olhos empolgados.
Naquele instante, pens