Camille precisa finalizar o último serviço para se ver livre das garras do pai, era algo simples, eliminar a família da máfia rival e entregar o poder do território ao pai. O que ela não esperava era se apaixonar. Andrea já havia se acostumado com a ideia que morreria sozinho, que nunca teria uma mulher e filhos, que jamais criaria sua família, sua vida seria dedicada apenas aos irmãos mais novos. Mas isso muda quando ele ve a mulher para a frente de sua irmã mais nova, os olhos azuis gelidos e afiados, o rosto sangrando, " Quem é você? "
Leer másA música ecoava pelas paredes grosas, as luzes brilhavam em tons de vermelho, azul e verde, na pista de dança as pessoas se apertavam e moviam-se no ritmo das batidas.
- Hoje a casa está cheia. – Laila grita para ser ouvida.
- E a noite mal começou. – digo desanimada enquanto pego as bebidas e as entrego para os clientes no balcão.
- Se anima, noites assim rendem muitas gorjetas. – minha amiga responde animada.
- Só se for para você. – encaro seu enorme decote V e reviro os olhos.
- Não faz mal deixar que olhem. – ela dá de ombros. – Você deveria tentar, sua roupa é muito comportada para quem trabalhar no bar.
- Não quero nenhum idiota achando que tem direito de fazer alguma coisa só por causa da minha roupa.
- É para isso que temos eles. – sigo seu olhar até os homens de terno nos cantos da boate, olhos atentos e sérios observando tudo a procura de alguma confusão.
- E o que virou aquele lance com o Luís? – pergunto focando em um dos seguranças em particular.
- Você sabe como ele é, quer ter uma namorada, casar e criar uma família. – ela suspira. – Eu não sirvo para isso.
- Você nem tento Lai. – coloco uma mão sobre seu ombro e lhe olho com carinho. – Ele é um cara legal. – entrego o copo com vodka para um homem alto de olhos escuros profundos e magnéticos, ele acena e sai sem dizer nada. – Um obrigado seria o bastante. - reclamo em voz baixa.
- Eu não quero machucar ele. – sua voz sai triste e pesada, resolvo não insistir no assunto.
Copo após copo, cliente após cliente, a boate vai enchendo cada vez mais, as meninas correm de mesa em mesa tentando atender todos, atrás do bar as coisas ficavam caóticas.
- Preciso de um ar. – grito quando percebo que o movimento diminui.
Encolho meu corpo na blusa grossa assim que saio pela porta dos fundos para o beco, o vento gelado atinge minhas pernas descobertas.
- Odeio esse vestido. – reclamo pela roupa impropria para o tempo. Respiro fundo, me encosto na parede e vejo a fumaça sair por minha boca. – Que frio.
- Vamos levar você para outro lugar. – olho na direção da rua e vejo dois homens conversando animados com uma mulher.
- Vão me levar para onde? – ela pergunta com a voz embargada.
- Para um lugar onde podemos continuar com a diversão. – o outro responde animado.
Eles passam por mim sem perceber minha presença. “ Isso não é da sua conta Camille.” Digo para mim mesma.
- Vocês são amigos do meu irmão? – a moça pergunta confusa.
- Isso mesmo. – um deles responde com pressa olhando desconfiado para os lados.
- Eu não conheço vocês. – a mulher para por um segundo encarando com atenção os homens.
- Amiga, eu saio por um minuto e você já arruma confusão. – digo em voz alta saindo do beco e parando ao seu lado. – Desculpe rapazes, ela sempre fica assim quando bebe muito. – dou um sorriso amarelo e pego na mão dela. – Vamos voltar, os meninos estão te procurando. – ela me encara assustada.
- Camille. – meu nome sai de seus lábios com alivio.
- Vem Mel. – digo em voz baixa. – Vou levar você para dentro.
- Ela veio com a gente. – o homem mais baixo reclama segurando meu braço.
- Obviamente ela não sabe quem vocês são. – o encaro com nojo.
- Como você mesmo disse, ela fica confusa quando bebe muito. – um sorriso frio se abre em seus lábios finos.
- Isso não lhes da o direito de leva-la.
- Ela quis. – o outro responde com raiva.
- Que tal você vir também? – o homem baixo da um passo na minha direção segurando meu braço com força.
- Me solta.
- Não vai adiantar nada você gritar, estamos muito longe dos seguranças. – olho pela rua vazia a procura de alguém.
- Vou ter que acabar com vocês então.
- Cami... – Melissa ainda estava assustada e grogue pelo seja lá o que aqueles homens tinham dado a ela.
- Vai ficar tudo bem. – tento tranquiliza-la.
- Você vai fazer o que? Jogar os sapatos em mim? – a risada grossa do homem arranham meus ouvidos.
- Eu vou matar você se não tirar esses dedos nojentos de mim agora. – ele me encara surpreso por alguns segundos.
- Gostaria de ver você tentar, vadia.
Sinto o impacto da sua cabeça na minha assim que o certo, ele cambaleia para trás sem equilíbrio.
- Você vai morrer. – ele grita furioso, o rosto manchado de sangue.
- Duvido muito. – me coloco na frente de Melissa que parecia assustada e paralisada.
Com raiva o homem avança na minha direção com passos lentos e pesados, me desvio dos golpes o deixando mais irritado.
- Acabe logo com isso. – o outro reclama sem paciência indo na direção da mulher atrás de mim.
- Não mesmo. – me coloco na sua frente. – Mais um passo e você morre junto com o seu amigo.
- Me poupe. – ele desfere um soco na minha direção, desvio e acerto seu estomago.
- Você vai me pagar, sua puta. – ele da alguns passos vacilantes para trás com as mãos na barriga. – Você não faz ideia de quem somos. – ele ameaça.
- Vocês não sabem quem eu sou. – pego o soco inglês escondido no forro do casaco e sinto o frio do metal nos meus dedos. – Cansei de brincar. – ouço o som oco dos ossos quebrarem em seu rosto, o sangue saindo pela boca machucada, desesperado o outro homem vem em minha direção na esperança de ajudar o amigo, com um chute acerto seu peito o fazendo cair.
- Camille. – Melissa grita desesperada me fazendo virar na hora que uma garrafa acerta minha cabeça.
- Agora você vai morrer. – minha cabeça gira e dói, dou alguns passos vacilantes me apoiando na parede, respiro fundo, a visão clareando aos poucos.
- Você vai se arrepender disso. – digo furiosa. – Já faz muitos anos que ninguém me acerta assim. – sorrio.
Deixo a adrenalina e a raiva correm meu corpo, meus músculos se contraem retendo energia, sinto a força correr por mim como uma corrente elétrica, minha visão fica turva, meu corpo se move com agilidade e rapidez, sinto a textura da pele do homem sendo dilacerada com o golpe, o sangue quente nos meus dedos, o cheiro de ferro no meu rosto, ouço os ossos protestarem a medida que eram quebrados.
- Camille. – paro ofegante quando Melissa segura meu braço. – Você vai matar ele desse jeito. – ela me encara assustada e olha para o corpo caído no chão.
- Vamos sair daqui. – coloco a mão machucada no bolso da blusa de frio, seguro seu braço e a levo para a parte da frente da boate.
- Você está bem? – ela me encara preocupada assim que paramos.
- Vou ficar. - sinto a dor aumentar a medida que a adrenalina se vai. – Você esta bem? – a olho com atenção, agora Melissa parecia um pouco mais sóbria, mas seus olhos ainda brilhavam por causa da droga.
- Vou ficar.
- Finalmente achei você. – ela se ira quando um homem alto vem em nossa direção. – Tiro os olhos de você por um segundo e você some. – ele diz furioso se aproximando.
- O que você quer? – seguro o braço de Melissa a colocando atrás de mim em modo de defesa, minha mão aperta o soco inglês no bolso, os dedos doloridos.
- Quem é você? – ele me encara dos pés a cabeça, a mandíbula serrada, o corpo rígido.
- Eu perguntei primeiro. – digo ríspida. Olho ao redor para ver quantas testemunhas teria caso o matasse ali.
- Ele é meu irmão. – olho por cima do ombro e vejo a moça sair da minha proteção. – Estamos seguras com ele. – ela caminha um pouco vacilante na direção do homem. – Andrea, essa é Camille, ela estuda comigo e acabou de salvar a minha vida.
- Da próxima vez, fique de olho nela. – a dor latejante estava me deixando de mal humor.
- O que aconteceu com você? – ele dá um passo na minha direção e segura meu rosto.
- Nada que eu não possa resolver. – afasto sua mão. – Só cuide dela. – saio na noite fria desesperada para chegar em casa.
Pego o telefone e mando mensagem para Laila avisando que estava passando mal e não poderia voltar, antes de guardar o aparelho o vejo vibrar.
- Por que você não atente a porra desse telefone, Camille? – a voz furiosa do outro lado da linha faz meu coração se acalmar.
- Tentaram me matar. – respondo com tranquilidade.
- Como você está?
- Viva.
- Quantos corpos?
- Eu não matei eles. – sinto o salto afundar no gelo amontoado ao longo da calçada. – Mas se não forem para o hospital agora, acredito que não amanhecerão vivos. – levo os dedos a minha testa e sinto o corte arder.
- Você está ferida?
- Fui pega de surpresa, foi só isso.
- É melhor você descansar. – Marco respira fundo do outro lado da linha. – Você tem duas semanas mi rosa.
- Antes disso nosso pai terá a cabeça do capo em sua mesa. – vejo minha respiração virar fumaça no ar frio.
Ela concorda de forma silenciosa. Me ajoelho em sua frente e a ajudo a tirar a blusa, e com cuidado retiro a calça. Desesperados, meus olhos correm por seu corpo, a pele clara, os hematomas esverdeados que sumiam lentamente espalhados pelos membros, os ossos a vista de mais na carne magra, uma dor atravessa meu peito me fazendo perder o ar. Tudo aquilo era culpa minha. - Assim esta bom. – ela diz quando coloco a mão em sua cintura.- Ok. – é tudo que consigo dizer. Me levanto e ligo o chuveiro, coloco a mão de baixo da água para testar a temperatura. – Gosta da água mais quente?- Assim esta bom. – ela estava seria, o corpo rígido. – O que esta fazendo? – ela pergunta quando me vê tirando os sapatos e a camisa.- Ajudando você a tomar banho. – digo o obvio.- Você não vai… – seus olhos para na minha cintura, olho para baixo e não consigo conter a risada.- Relaxa, mi luz. Disse que não vou fazer nada com você. – termino de desabotoar a camisa social e a deixo cair no chão, o banheiro
Sinto o ar refrescante da geladeira assim que a abro, meus olhos correm pelos itens organizados nas prateleiras, verduras, frutas, legumes, e bebida.- Vou querer uma. – vejo os dedos finos e delicados de Melissa passarem por mim e agarrarem uma garrafa escura. – Precisamos fazer de tudo para ela ficar aqui. – o tom de voz preocupado refletia o amor que sentia pela amiga. – Foi nossa culpa o que aconteceu com ela. – a menina se encosta na ilha localizada no centro da cozinha, os irmãos curvados sobre a mesma.- Já estamos cuidando disso, Mel. – pego o que preciso e fecho a geladeira.- Ela está mesmo segura? – os olhos ambar perdidos se focam em mim.- Eu prometo que todos aqui vão dar a vida para mantê-lá segura. – retiro uma faca do suporte, a lamina brilhando a luz que inundava o lugar.- Bom, agora já chega dessa conversa melancólica. – Bartolomeu ergue o corpo, a energia ao seu redor mudando. – Camille deve estar morrendo de fome. – ele pega um tomate e observa. – Quer ajuda? – s
Sinto o ar refrescante da geladeira assim que a abro, meus olhos correm pelos itens organizados nas prateleiras, verduras, frutas, legumes, e bebida. - Vou querer uma. – vejo os dedos finos e delicados de Melissa passarem por mim e agarrarem uma garrafa escura. – Precisamos fazer de tudo para ela ficar aqui. – o tom de voz preocupado refletia o amor que sentia pela amiga. – Foi nossa culpa o que aconteceu com ela. – a menina se encosta na ilha localizada no centro da cozinha, os irmãos curvados sobre a mesma. - Já estamos cuidando disso, Mel. – pego o que preciso e fecho a geladeira. - Ela está mesmo segura? – os olhos ambar perdidos se focam em mim. - Eu prometo que todos aqui vão dar a vida para mante-lá segura. – retiro uma faca do suporte, a lamina brilhando à luz que inundava o lugar. - Bom, agora já chega dessa conversa melancólica. – Bartolomeu ergue o corpo, a ergia ao seu redor mudando. – Camille deve estar morrendo de fome. – ele pega um tomate e observa. – Quer ajuda?
Sinto o ar refrescante da geladeira assim que a abro, meus olhos correm pelos itens organizados nas prateleiras, verduras, frutas, legumes, e bebida.- Vou querer uma. – vejo os dedos finos e delicados de Melissa passarem por mim e agarrarem uma garrafa escura. – Precisamos fazer de tudo para ela ficar aqui. – o tom de voz preocupado refletia o amor que sentia pela amiga. – Foi nossa culpa o que aconteceu com ela. – a menina se encosta na ilha localizada no centro da cozinha, os irmãos curvados sobre a mesma.- Já estamos cuidando disso, Mel. – pego o que preciso e fecho a geladeira.- Ela está mesmo segura? – os olhos ambar perdidos se focam em mim.- Eu prometo que todos aqui vão dar a vida para mante-la segura. – retiro uma faca d suporte, a lamina brilhando, a luz que inundava o lugar.- Bom, agora já chega dessa conversa melancólica. – Bartolomeu ergue o corpo, a ergia ao seu redor mudando. – Camille deve estar morrendo de fome. – ele pega um tomate e observa. – Quer ajuda?– sua
Encaro a parede ao fundo por alguns segundos que duram uma eternidade.“Um mês”Obrigo meus pulmões a se encherem de ar, o peito doendo pelo esforço.- Como ainda estou viva? – meu olhar caminha pelo quarto, rosto por rosto, todos apreensivos, com medo. – Eu deveria estar morta.- Ottavio é um ótimo médico, e tivemos a ajuda de um amigo da família. – Andrea quebra o silêncio, a voz grossa e baixa, os olhos focados em mim, em cada movimento, gesto, demonstração de dor.- Como vim parar aqui? – me forço a sentar na cama novamente.- Por favor, fique sentada. – seu rosto se contrai como se cada movimento meu lhe causasse dor. – Você ainda não esta cem por cento, precisa descansar. – o homem pede com carinho, sinto meu rosto esquentar com o excesso de atenção.- And está certo. – encaro Ottavio e dou um sorriso discreto ao ouvir o apelido que os irmãos deram ao capo. – Você precisa descansar, se hidratar e se alimentar também. – ele levanta e retira a bolsa de soro quase vazia. – Seu corp
Minhas pálpebras pesavam a medida que tentava abri-las, minha garganta queimava, todo meu corpo se contrai com a dor que se espalha.- Mel? – a voz sai arranhada e baixa, um sussurro. A mulher parada perto da janela se vira surpresa na minha direção.- Cami. – ela corre e se ajoelha ao lado da cama. – Meu Deus Cami. – Melissa segura minha mão, os olhos cor de âmbar brilhando com as lagrimas que descem pesadas por seu rosto. – Tivemos tanto medo. – as palavras saem cortadas entre os soluços.- O que...? – tento me levantar, mas minha cabeça gira e meus músculos grita de dor.- Não se esforce. – ela pede se levantando. – Vou chamar o Otto, ele vai ver como você esta. – secando as lagrimas e com um enorme sorriso minha amiga sai do quarto me deixando sozinha.Meus olhos correm pelo comodo, a luz forte do sol entrando pela janela grande, o ar era leve e limpo, na mesa ao lado da cabeceira havia um jarro com flores roxas dentro, o bip baixo chama minha a tenção para as máquinas do outro la
Último capítulo