Maitê Moreli
Edward tirou a própria vida. Eu deveria me importar, não é isso que pessoas boas fazem? Sentem pesar, lamentam, rezam pela alma do falecido? Mas eu não conseguia. Dentro de mim só havia uma certeza: aquele desgraçado, antes de se atirar no inferno, tentou me destruir levando o amor da minha vida consigo.
Corri até Hunter, desesperada, e me joguei sobre o corpo dele, sentindo o calor do sangue que manchava minha roupa, o cheiro metálico e sufocante da dor impregnando o ar. Segurei o rosto dele com as mãos trêmulas, as lágrimas borrando minha visão.
— Desculpa, amor da minha vida… — minha voz falhou, engasgada. — Eu não consegui te salvar. Acho que piorei tudo. Eu não sei viver sem você…
O choro me dominava, soluços rasgavam meu peito, até que senti algo inesperado: um leve toque em meus cabelos. Ergui os olhos, atônita, e encontrei o olhar dele, cansado, mas vivo.
— Não chora, Mi Cielo… — a voz de Hunter saiu fraca, quase um sussurro. — Eu não morri. O disparo pegou no omb