Rocco Pussenti
Precisava escrever. Dirigi-me até o móvel, peguei três folhas de papel e uma caneta azul. Comecei a redigir minha despedida e meu pedido de desculpas para a paixão da minha vida. Ao menos isso, ela merecia de mim.
Alguns minutos depois, ouvi o ressoar da campainha. Ao olhar quem era, constatei:
— O verme do Bártolo! Ou o Levy se atrasou, ou esse lixo se adiantou. — no meu pulso, o relógio marcava a hora, mostrando que a primeira hipótese era a correta. Levy estava atrasado.
Desci e abri o portão para o infeliz. Ele entrou e se sentou no sofá, tentando puxar assunto, falando coisas e se gabando sabe-se lá do quê. Realmente não me interessava. Não queria conversa com aquele homem. Será que ainda não havia percebido?
Quando o telefone tocou, tive certeza de que era o Levy. Atendi rapidamente.
— Alô!
— Rocco!
— Diga, Levy.
— Jardel chegou agora, estou indo para aí neste momento.
— Cara, vem voando. Senão, vai dar ruim com o horário.
— Estou sabendo. Estou indo o mais rápido