Eram quase onze horas da noite quando Paulo ligou para o celular de Rebecca a pegando de surpresa.
Sua voz era rouca e baixa e, como Cecília havia lhe contado, ele deveria estar no hospital até o avô retornar para o apartamento grande e luxuoso que morava com a Marla e alguns poucos empregados.
- Rebecca, eu volto para casa amanhã.
- Ele já teve alta?
- Teve hoje de manhã, mas estive ocupado com a tia Isabel ajeitando as coisas para voltar para casa.
- Não me deixaram ir...
- Você não poderia ficar aqui, Ruiva. Quando tudo acalmar, a gente vem visitá-los. A Marla está cheia de saudade de você. Eu estou exausto.
- Quer que eu o encontre no seu apartamento?
- Não. Quero que durma sossegada porque eu estou voltando para casa. Rebecca, me desculpe... Eu não tinha intenção...
- Eu sei. Por favor, não chore, meu Lobo. Eu não quero que chore.
- Você não está mais brava?
- Não! Está tudo bem. Eu só quero que venha logo e que me dê uma chave. Eu não quero correr o risco de ficar presa de novo.