Capítulo 52

Dois cadáveres na minha frente. O odor de podridão que invade minhas narinas, meu corpo, minha mente e me consumia. O pouco reflexo que tenho da escuridão daquela sala úmida está embaçado pelas minhas lágrimas. Lágrimas? Do que eu estou chorando? Pela morte de alguém? A morte do meu tio? Que tio? A culpa é minha pela morte dessas pessoas. Por que estou me culpando? O que fiz de errado? Alguém falou para mim qual foi meu erro. Lembrei, lembrei! Foi um homem que me culpou por tudo, ele tentou me alertar, me impedir de fazer alguma coisa. Ele não queria que eu fosse uma Luna. Sim! É isso!

Luna? Eu não posso ser uma Luna, sou uma escrava. Escrava dos meus pensamentos, dos meus tormentos, dos meus medos. Nem sei quem sou de verdade, qual o meu nome?

Kamilla? Esse é o meu nome? Não, não, não... Esse é o nome daquela menininha que está na minha frente fedendo com o pescoço quebrado. Ela saiu de mim, é minha filha. Ohh Céus! Está morta! Quem a matou? Foi aquele homem ali.

Aquele cadáver antes
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